Noventa por cento dos crimes contra jornalistas ficam impunes

                                                               

A Conferência Internacional sobre Impunidade de Crimes contra Jornalistas está acontecendo entre os dias 9 e 10 de outubro, na Costa Rica. A iniciativa é da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), da Corte Interamericana de Direitos Humanos e da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 

]Segundo alerta fornecido  quinta-feira (8/10) pela entidade, mais de 90% dos assassinatos de jornalistas em todo o mundo ficam impunes. Outras 19 organizações especializadas na questão da promoção de liberdade de expressão apoiam o evento.

A diretora da Unesco para a América Central, Pilar Alvarez, destacou que a ação visa estimular a criação de uma “política pública eficiente” para mudar a situação atual na qual somente  oito em cada cem assassinatos de comunicadores são esclarecidos.

O encontro antecede as comemorações do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, celebrado todos os anos no dia 2 de novembro.

Especialistas de mais de 30 países e de diversos setores da sociedade se reúnem para refletir sobre os desafios atuais e os melhores mecanismos de proteção, bem como os padrões de prevenção e proteção de jornalistas contra atos de violência. 

Entre 2014 e 2015, ao menos 40 profissionais de comunicação foram assassinados nas Américas, segundo dados da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana.

A Conferência abordará, entre outros temas, o papel do poder judiciário na proteção e promoção da liberdade de expressão e combate à impunidade; as dimensões da violência contra jornalistas, a jurisprudência dos órgãos internacionais de proteção de direitos humanos; casos de sucesso no combate à impunidade e a experiência e contribuição da sociedade civil nesta questão.

Para a Unesco, a impunidade em crimes contra jornalistas continua sendo tema de extrema preocupação e justifica a necessidade de capacitar  pessoas para lidarem com a temática.

“A impunidade é a última etapa de uma rede (de atos contra a liberdade de expressão e informação), mas é importante porque alimenta o círculo perverso da violência”, disse em coletiva de imprensa Guilherme Canela, assessor de comunicação e informação da Unesco.

De acordo com o relatório de 2014 sobre a segurança de jornalistas e os perigos da impunidade, elaborado pela diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, menos de 6% dos 583 casos de assassinatos de jornalistas entre 2006 e 2013 foram solucionados. (Com a Unesco/ABI)


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