Livro descreve como empresas alemãs usaram repressão e corrupção para atuar no Brasil; veja vídeo



Joana Monteleone e Lorena Alves 

Autor do livro "Empresas alemãs no Brasil: o 7X1 na economia", Christian Russau lembra, por exemplo, que a empresa de automóveis Volkswagen forneceu informações sobre trabalhadores para o Dops (Departamento de Ordem Política e Social)
      
"Como a Volkswagen era na época da ditadura militar uma das maiores empresas da América Latina, tinha a condição logística e financeira de vigiar os seus trabalhadores e também trabalhadores de outras empresas do Brasil". 


A afirmação é do jornalista alemão Christian Russau, autor do livro "Empresas alemãs no Brasil: o 7X1 na economia", que, em entrevista a Opera Mundi, conta como fez sua pesquisa sobre as empresas alemãs no Brasil e como elas usaram artifícios como a corrupção e a colaboração com a repressão para atuar no país.

Russau lembra que a empresa de automóveis alemã Volkswagen forneceu informações sobre trabalhadores para o Dops (Departamento de Ordem Política e Social), órgão de repressão da ditadura militar no Brasil. Essas informações, diz, eram passadas aos agentes do governo em chamadas "listas sujas". 

"No Arquivo Público de São Paulo e no de outros Estados foram achados documentos com carimbos da Volkswagen contendo informações sobre trabalhadores”, diz. A Volkswagen nomeou um historiador, Christopher Kopper, que confirmou a colaboração da empresa com a ditadura em julho deste ano. 

“Eu posso dizer que havia uma colaboração regular entre o departamento de segurança da VW do Brasil e os órgãos policiais do regime”, afirmou Kopper, e citou que a Volkswagen “autorizou prisões” dentro do complexo.

(Com Opera Mundi)

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