O Catar poderá virar uma ilha

                                                                        
Uma vista de Doha, a capital do Catar
O governo da Arábia Saudita está planejando a construção de um canal que irá separar o Catar do continente, transformando o país vizinho em uma ilha. O projeto acirra a crise diplomática no olfo Pérsico, que teve seu ponto alto em junho de 2017, quando seis países árabes cortaram relações com o governo catariano.

Segundo o jornal Makkah, o canal de Salwa, como o projeto está sendo chamado, terá 60 km de extensão, 200 metros de largura e 20 de profundidade. A obra será construída em território saudita, a apenas 1 km da costa do Catar.

O projeto, estimado em 750 milhões de dólares, inclui a construção de resorts e praias privadas em Salwa, Sakak, Khor Al Adeed e Ras Abu Qamees, além de uma marina para iates e pequenas embarcações.

Também está prevista a construção de uma base militar saudita no local. O restante do território será transformado em depósito de resíduos nucleares sauditas.

O prazo para empresas privadas apresentarem suas propostas de construção da obra se esgotou em 25 de junho e o projeto vencedor será divulgado dentro de 90 dias a partir dessa data.

Em abril, guardas de fronteira sauditas tomaram o controle do ponto de travessia em Salwa, interrompendo imigrações e efetivamente cortando ligações terrestres do Catar com a Arábia Saudita.

Em sua conta oficial no Twitter, o assessor do governo saudita Saud al-Qahtani afirmou que o projeto "transformará o Catar em uma ilha", e chamou o canal de Salwa de “glorioso”.

Diplomacia

Em junho de 2017, seis países árabes anunciaram o corte nas relações diplomáticas com o governo do Catar, afirmando que o país “desestabiliza a região” e patrocina grupos terroristas.

Arábia Saudita, Bahrein, Líbia, Iêmen, Egito e os Emirados Árabes Unidos anunciaram o fechamento de fronteiras terrestres e aéreas com o vizinho.

A Arábia Saudita acusou as tropas catarianas de terem atuado no conflito do Iêmen e de "apoiar e proteger numerosos grupos terroristas que minam a estabilidade da região, como a Irmandade Muçulmana, o Daesh [Estado Islâmico] e a Al-Qaeda" enquanto o Bahrein acusa o governo de "apoiar as atividades terroristas armadas e com financiamentos ligados a grupos iranianos".

À época, o governo do Catar rechaçou a decisão dos países vizinhos e a classificou como "injustificável" e "sem fundamento". Segundo o governo, o objetivo do corte de relações diplomáticas é "colocar o estado do Catar sob tutelo e asfixiá-lo economicamente".

O governo também se defendeu dizendo que iria tomar "todas as medidas necessárias para acabar com as tentativas de prejudicar sua população e sua economia".

(Com Opera Mundi)

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