Quero um arsenal. Ah! , se quero...
Vou à Polícia Federal pedir um arsenal...Agora pode! À época da ditadura fui lá na PF, que
funcionava na Rua Guajajaras, parte de trás do Edifício JK, criado por Oscar Niemeyer.
E não é que tomei um chá de cadeira como nunca?
Eu não tinha carteira de identidade, necessária até hoje para viajar...
Tinha recebido a incumbência de ir à posse de um sindicalista em Brasília, como ministro do
Tribunal Superior do Trabalho...
À época tinha os tais ministros classistas, assim como juízes classistas...
Agora não tem e é intenção dos atuais mandatários acabar até mesmo com a Justiça do Trabalho...
Pois é, fiquei lá na recepção aguardando um salvo-conduto para tomar um avião para Brasília e
voltar no mesmo dia, para fazer a notícia para o antigo "Diário da Tarde"...
Quando já estava cansado de esperar, eis que um funcionário me encaminha para o todo poderoso
diretor (ou superintendente) da Polícia Federal.
Um nome muito conhecido à época, já que os colunistas sociais badalavam todo muito dos governos
da ditadura...
Sobre a mesa do alto funcionário uma enorme pasta, que ia foleando ao mesmo tempo que tempo em
que me olhava...
Reparando bem vi que eram recortes de jornais com colunas, artigos de minha autoria, não apenas no
"Diário da Tarde" mas também no "Estado de Minas" e, talvez outros, já que trabalhava também no
"O Debate" ( com uma coluna de amenidades) e até na Imprensa Oficial (com uma inimaginável
Coluna Sindical...
Depois de alternar olhares para os recortes e para mim, veio o veredicto: "Vá de ônibus, de avião,
não."
Engraçado que nunca defendi terrorismo, sequestros, esses negócios violentos...
Sempre fui um militante ultraleve...
Um "canhoto" de chope no Maletta, amante de fins de noite ou
na Cantina do Lucas ou em sua filial, a "Casa dos Contos"...
Quando nada, uma cervejinha encostado num balcão no Alto dos Piolhos .
Pois é: agora vou tentar pegar uns armamentos... Não sei bem para quê...
Mas como agora tá na lei...
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