A Guerra do Ópio é um filme chinês de estilo épico-histórico dirigido por Xie Jin. Ganhador do prêmio de melhor filme pelo Golden Rooster em 1997
O quadro retratado no filme é a China de 1838-40. Começa em Guangzhou, no dia em que o enviado especial do imperador chinês ordena a execução, por enforcamento, de numerosos vendedores de ópio.
Lin Xezu tenta combater a praga da droga que enfraquecia o império. Ganhou o apoio do imperador Daoguang, mas provocou a ira dos ingleses. Explica-se: ao ordenar a queima de 20 mil caixas de ópio, Lin Xezu não fez apenas a primeira queima de drogas no mundo, como ação coercitiva (ou repressiva).
Ele foi acusado também de atentar contra interesses e propriedades do Reino Unido. Desencadeou uma guerra, já que os ingleses, que haviam comprado desses vendedores todo o lote de ópio, acusaram-no de atentar contra a sua propriedade.
Navios de guerra do Império Britânico sitiaram diversas cidades costeiras e as forças inglesas tomaram o rumo de Beijing. O imperador destituiu Lin Xezu e nomeou Qi Shan para tentar a negociação com os invasores.
Qi Shan fez concessões demais. Cedeu Hong Kong aos ingleses, o que deixou o imperador mais enfurecido ainda. Qi Shan foi enviado à prisão e a China assumiu, tardiamente, a decisão de enfrentar os ingleses. As forças chinesas conseguiram impor pesadas perdas aos invasores, mas perderam a guerra.
É nesse quadro, contando esses eventos, que se desenrola A Guerra do Ópio. O filme tem um visual muito cuidado, com belíssima direção de arte que se manifesta em cenários e figurinos de encher os olhos. Só que Xie Jin não quis fazer um filme só para os olhos. Quis fazer um filme também para o olhar mais atento, alternando, com as cenas de multidão e batalha, os movimentos mais secretos que revelam os homens - Lin Xezu, Qi Shan e Daoguang.
Na verdade, o que Xie Jin quer é discutir o papel de cada um deles no episódio. Mostrar o homem perante a história. Por isso mesmo, toda a construção dramática de A Guerra do Ópio converge para o encontro entre Lin Xezu e Qi Shan.
Desterrado para uma região distante da China, o primeiro encontra o segundo como prisioneiro. E Qi Shan lhe diz que os nomes dos dois ficarão na história, mas enquanto Lin Xezu será lembrado por sua luta, ele, Qi Shan, será execrado para todo o sempre como traidor, por ter cedido aos invasores.
(Com Prestes a Ressurgir)
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