1ª Mostra de Cinema Argentino, de Mujeres

                                                                    
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o Cine Humberto Mauro, em parceria com o Centro Cultural Argentino – CCA BH e apoio do Consulado da República Argentina em Belo Horizonte, exibe a 1ª Mostra de Cinema Argentino – DE MUJERES, com programação composta por longas de protagonismo feminino dirigidos por emblemáticas diretoras argentinas.

Com o objetivo de prestigiar a trajetória das mulheres no cinema compartilhando a experiência feminina em roteiro, direção, fotografia, produção e montagem-finalização, serão exibidos seis filmes que contam histórias cotidianas, simples e fortes para inspirar o debate e o diálogo com o público belo-horizontino.

Além das exibições, serão realizadas palestras, debates e comentários sobre os filmes e a atuação das mulheres por trás das câmeras no cinema. Entre as participantes, está a cineasta argentina Inês Maria Barrionuevo e as pesquisadoras Isabelle Anchieta e Roberta Veiga.

Para Bruno Hilário, gerente do Cine Humberto Mauro, a mostra é uma oportunidade para o público ter acesso à potência do cinema argentino. “Apesar de reconhecido internacionalmente, no circuito comercial da cidade, temos dificuldade em acessar esse cinema latino-americano, e a circulação costuma ser ainda menor quando se trata da produção das mulheres”, explica Hilário.

 “Para nós é uma realização muito importante e significativa, porque colocamos a população local em contato com as estratégias dessas cineastas. Como a mostra está abarcada de processos de formação que compartilham o processo de algumas realizadoras é muito importante promover um intercâmbio entre a produção local e a produção argentina”, celebra o gerente.

Composta majoritariamente por filmes contemporâneos, a 1ª Mostra de Cinema Argentino – DE MUJERES foi idealizada e desenvolvida pela produtora audiovisual Luisina Lopez Ferrari e por Marina Lomazzi, produtora cultural. 

Segundo Luisina, a ideia inicial era de produzir um festival de cinema argentino. “Logo percebemos que sempre que se falava em cinema argentino só apareciam diretores homens, embora existam muitas cineastas, diretoras, roteiristas e atrizes argentinas incríveis para serem vistas e estudadas. 

Decidimos homenagear o Dia Internacional da Mulher com a mostra”, conta a produtora. “Pessoalmente, entendo que a qualidade poética narrativa dessas mulheres é diferente. Além disso, são cineastas participantes do movimento feminista na Argentina que buscam igualdade na equipe, além de retratarem narrativas do cotidiano feminino”, explica.

A programação começa com o documentário As Cinephilas (2017), da diretora María Álvarez, que acompanha senhoras idosas da Argentina, da Espanha e Uruguai que vão ao cinema todos os dias, experiência que as ajuda a lidar com a passagem do tempo e a solidão. A sessão será precedida de uma palestra com a doutora em sociologia da imagem Isabelle Anchieta sobre a mulher no cinema e debate.

No dia seguinte, a mostra homenageia Maria Luisa Bemberg, uma das fundadoras do feminismo argentino e considerada mãe do cinema feito por mulheres no país com a exibição do seu filme Camila: O Símbolo de Uma Mulher Apaixonada (1984). 

Na trama situada na Argentina do século XIX, Camila O’Gorman é a filha de um importante diplomata que leva uma vida confortável e se apaixona por um jesuíta, mas considera seus sentimentos impuros. Ela decide confessar para o clérigo o que sente, e o novo casal terá de enfrentar a fúria da Igreja e a desaprovação moral da família da moça.

Depois, a mostra adentra o tema da maternidade com Minha Amiga No Parque (2015), de Ana Katz, um mergulho no universo do feminino ao retratar os dias de Liz, mãe e esposa que, num grupo de amigos, partilha com outras mães e pais a melancolia, o perigo, acidez, ternura e humor. Já em Julia e a Raposa (2018), a situação se inverte, em que depois da morte do marido, uma ex-atriz vai descobrir um novo formato de família ao tentar vender uma mansão junto da filha e de um antigo amigo. 

Após a sessão, haverá uma roda de conversa com a cineasta Inês Maria Barrionuevo, com mediação de Roberta Veiga, professora e doutora em comunicação social. O filme será exibido com legendagem descritiva, para fruição de público com deficiência auditiva.

As descobertas vão dar o tom do último dia da mostra, com o filme de classificação livre Atlântida (2014), em que Lucia e sua irmã Elena lutam contra o calor na piscina local, onde a fofoca é o principal esporte. Elena conhece Ignacio, um médico com o dobro de sua idade enquanto Lúcia encontra-se com Ana, uma amiga de sua irmã, e juntos eles vão para a periferia da cidade. As duas irmãs vivem um momento de iniciação, que começa e termina numa tarde de tempestade. A sessão será seguida de bate-papo com a diretora, Inês Maria Barrionuevo.

Por fim, a produção argentina, brasileira e francesa Sonho Florianópolis (2018) encerra a programação. Na trama, Pedro e Lucrécia, separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar de férias com seus dois filhos adolescentes rumo ao litoral Sul do Brasil. Juntos, porém separados, conhecem Marco e Larissa, descobrindo, pouco a pouco, qual é o sonho de cada um.

Informações
Local
Cine Humberto Mauro | Palácio das Artes | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

(Com a Agência Minas Gerais)

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