Adeus, Monarco da Portela e da ABI
Por Rogério marques, conselheiro da ABI.
Ao lado de Monarco, de camisa quadriculada, outro baluarte da Portela, Jarbas Domingos. Ex-repórter policial em vários veículos, “Seu Jarbas” participou de várias gestões da ABI como integrante do Conselho Fiscal (inclusive da atual). Faleceu em 2020 de complicações pulmonares – a família não confirmou a suspeita de Covid. Na ocasião, Portela e ABI divulgaram notas lamentando a morte do jornalista sambista…
Envelhecer tem vantagens, da mesma forma que ser jovem. Só os tolos não veem isso. Por exemplo, a vantagem e o privilégio de encontrar mestre Monarco na nossa Associação Brasileira de Imprensa, conversar com ele, ouvir suas histórias dos tempos de adolescente. Um dos primeiros empregos de Monarco, talvez o primeiro, foi como contínuo da nossa ABI. Ele contava que uma de suas funções era comprar os jornais preferidos de Villa-Lobos.
O maestro morava ali pertinho, na Avenida Graça Aranha, e quase diariamente jogava sinuca no “Onze” da ABI — área de lazer no décimo-primeiro andar daquele edifício eternamente moderno, projetado pelos Irmãos Roberto.
Hildemar Diniz, conhecido como Monarco, nunca deixou de visitar a ABI. Tinha o maior carinho por aquela Casa. A última vez que conversei com ele foi pouco antes da pandemia. Com a elegância de sempre, nosso gigantesco compositor esperava o sinal fechar para atravessar a Rua Araújo Porto Alegre. Talvez tenha sido sua última visita à Casa dos Jornalistas, que logo depois fechou por causa da maldita peste que levou tantos amigos, tantos brasileiros.
Viva Monarco da Portela, da ABI, do Brasil!
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