Sem-teto acampam no Barreiro


Centenas de Sem-teto e sem-terra das Comunidades-ocupações Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy CONTINUAM acampados POR TEMPO INDETERMINADO na frente da Regional Barreiro da Prefeitura de Belo Horizonte.

Estão acampados desde ontem cedo, dia 20/07/2010. Barracas foram levantadas na entrada da Regional do Barreiro da Prefeitura. Dezenas de sem-teto dormiram ao relento, sob uma noite fria, na porta da Prefeitura no Barreiro. Estão cozinhando no local. O Acampamento é por tempo indeterminado. Ontem, à tardezinha, paralisaram o trânsito por cerca de uma hora na região do Barreiro.
As 1.159 famílias das três comunidades, citadas acima, estão ameaçadas de despejo, mas não aceitarão a realização do despejo, porque: a) não tem para onde ir; b) a luta é justa, legal e legítima, pois as propriedades ocupadas estavam em estado de abandono, com expressiva dívida de IPTU e sem cumprir sua função social; c) as políticas habitacionais da Prefeitura de Belo Horizonte e do Governo estadual estão muito aquém das demandas da população mais pobre. A prefeitura constrói uma média de apenas 300 unidades por ano (quando constrói...) e o Governo Estadual, desde 1995 não construiu nenhuma casa na capital mineira.
Em Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos, dia 14/07/2010, foi dito: "Se a prefeitura quiser evitar um banho de sangue, que se abra a negociações. Os moradores estão vivendo um drama e não vão deixar suas casas", afirmou o professor Fábio Alves dos Santos, do Serviço de Assistência Judiciária da PUC Minas, para quem as propriedades não cumpriam sua função social.
"A maioria dos ocupantes são mulheres e crianças, mas não vão abrir mão. Não vão arredar pé!", afirmou frei Gilvander Moreira, assessor da Comissão Pastoral da Terra. Ainda lamentou as desigualdades sociais, lembrando que, no Belvedere, há apartamentos à venda por mais de R$ 4,5 milhões; no Mangabeiras, imóveis sendo alugados por mais de R$ 26 mil mensais, e, duas pessoas morando em uma mansão no Mangabeiras que tem 32 quartos, enquanto há 55 mil famílias sem moradia em Belo Horizonte; 173 mil, na região metropolitana, e 700 mil em Minas Gerais. Por isso também a luta de Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy é justa.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, deputado Durval Ângelo (PT), na audiência pública, lembrou que a habitação tornou-se um problema grave, mas antes de tudo é uma questão de cidadania, garantida pela Constituição da República. "Ninguém vai para debaixo da lona porque quer. Moradia é uma necessidade fundamental, e o poder público não dá resposta", criticou.
O Acampamento na frente da prefeitura, no Barreiro, tem por objetivo buscar o diálogo com o prefeito de BH, Márcio Lacerda, e com o governador Antonio Augusto Anastasia para que as 1.159 famílias de Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy tenham seus direitos a moradia e a dignidade humana respeitados. Em mutirão, e como auto-construção as famílias das três comunidades já construíram cerca de 800 casas. É um absurdo despejar essas famílias, jogá-las na rua, pois é justa e legítima a luta delas.

Para mais informações, contato:
com Lacerda, cel.: 031 9708 4830
ou Deise, cel.: 031 9826 4944
ou Júnio, cel.: 031 8533 3363
ou Irmã Rosário, cel. 031 9241 9092
ou Joviano, cel.: 031 8815 4120

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