Gaza, 12 anos sob o jugo do bloqueio israelense


                                                                    

Ramallah - O hospital Rantisi, localizado no território palestino da Faixa de Gaza, anunciou no início desta semana a suspensão do tratamento aos pacientes com câncer por falta de medicamentos.
Os milhares de doentes de câncer que vivem nesse enclave costeiro – bloqueado por Israel desde 2007 – não podem receber quimioterapia desde o último domingo.

O governo sionista impede a entrada dos medicamentos necessários, além de proibir os pacientes de saírem para tratar-se fora da Faixa.

Esta é só a calamidade mais recente provocada pelo bloqueio israelense a Gaza, lar de 1,8 milhão de palestinos, cercado tanto por mar como por terra; e com uma situação humanitária que, segundo as Nações Unidas, tem convertido o território na maior prisão ao ar livre do mundo.
                                                                       
O hospital Rantisi é o único centro especializado em tratamento de câncer na região. O Ministério de Saúde da Palestina informou que mais de 700 pessoas precisam receber tratamento no presente mês, e entre elas 200 são crianças.

O ministro de Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, anunciou no dia 17 de julho novas medidas para reforçar o bloqueio ao enclave costeiro de somente 365 quilômetros quadrados.

Só uma semana antes Lieberman havia divulgado que a passagem fronteiriça de Kerem Shalom, por onde entram as mercadorias para Gaza, permaneceria fechada, exceto para os alimentos, medicamentos e combustível.

No entanto, em 17 de julho, esse último produto também foi somado à lista dos vetados temporariamente quando o titular anunciou o fim das importações de gasolina e petróleo.

Poucos dias depois, o Governo sionista declarou que os alimentos e medicamentos entrariam na Faixa somente com a aprovação individual específica das autoridades israelenses.

Essa medida é a que desabilita hoje a instituição médica de Rantisi, que teve que fechar as portas de seu centro para o tratamento do câncer ao não receber a aprovação de Tel Aviv para importar os insumos necessários.

Domingo, o Ministério de Saúde palestino detalhou que mais do 60 por cento dos doentes de câncer estão proibidos de viajar para se tratar nos hospitais de Al-Quds (Jerusalém) e Cisjordânia por razões de segurança impostas por Israel.

O ministério denunciou que os pacientes morrem lentamente, porém, a única coisa que podem fazer é esperar: Em outras partes do mundo o câncer é tratável, mas em Gaza o diagnóstico é a morte, declarou a pasta de saúde em um comunicado.

O panorama desenvolve-se em uma espiral sem fim. Por um lado, Israel justifica seus atos como medidas de represália contra os protestos da Grande Marcha do Retorno, que desde o dia 30 de março se realizam a cada sexta-feira em Gaza.

Por outro lado, os organizadores da Marcha alegam que exigem o direito de regressar às terras palestinas ocupadas por Israel na guerra de 1967, e que se alivie o bloqueio israelense de mais de uma década ao enclave costeiro.

Enquanto isso, esses confrontos já deixaram até hoje um saldo de mais de 155 palestinos mortos e cerca de 17.260 mil feridos.

(Com Prensa Latina/Pátria Latina)

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