Carta aberta ao sr. Romeu Zema

                                                                      


Senhor Governador


Não o conheço a não ser pela televisão. Mas já fiz compras em uma de suas lojas, lá pelos lados da Serra da Canastra. Coisa pequena: ventiladores, uns dois ou três.

Pedi apoio a amigos do PT para lembrá-lo da necessidade de concretizar , melhor: viabilizar a criação do Memorial de Direitos Humanos na antiga sede do ex-DOPS, na avenida Afonso Pena.

Seu antecessor, o  governador Fernando Pimentel, assinou a criação do Memorial, depois de uma luta de muito anos, já que era previsto, no mesmo local, pelo ex-governador e ex-presidente  da  República, Itamar Franco.

Nunca fui preso político no DOPS. Só estive lá duas vezes. A primeira para pedir a liberação de  um alto-falante do antigo Partido Socialista Brasileiro, apreendido no dia 6 de janeiro de 1961, quando da renúncia do presidente Jânio Quadros. Estava em companhia de dois ou três dirigentes do PSB, no qual eu era militante. Fomos bem-sucedidos.

A segunda vez foi quando foi libertado o ex-presidente do Sindicato dos Mineiros de Nova Lima, José Gomes Pimenta, o "Dazinho", que foi um dos deputados-operários, junto com Sinval Bambirra, até que houve um golpe de Estado em 1º de abril de 1964.

Como jornalista, fiz a cobertura da libertação, no interior das celas; à saída de "Dazinho" e em sua casa, na volta à sua família. A matéria foi publicada no mesmo dia no antigo "Diário da Tarde", que circulou em BH de 1941 a 2007.

Grande parte da história mineira está ligada ao DOPS, mesmo antes da ditadura, e, principalmente, quando dos anos cinzentos, onde integrou um sistema repressivo por vezes denunciado como extremamente ofensivo aos Direitos Humanos.

Daí meu interesse de ver realmente funcionando o Memorial na antiga sede do DOPS, que venho defendendo vez por outra quer na imprensa e/ou nas redes sociais. Fi-lo também quando era um dos representantes do Sindicato dos Jornalistas no Conselho Estadual de Direitos Humanos, que já foi presidido pelo ex-deputado Nilmário Miranda, histórico defensor da causa, em âmbito nacional.

Antecipadamente agradecido

                    José Carlos Alexandre

                      Reg. profissional

                         1201/MG

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