O caso Cesare Battisti

"A dura reação do governo de Roma à decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de negar a extradição do “terrorista” (segundo a Folha) ou do “acusado de terrorismo” (Estado), Cesare Battisti, dando-lhe a condição de refugiado político, ecoou amplamente nos jornais de quinta-feira, 15. Foi também o gancho para uma cobertura circunstanciada do caso desse antigo militante da organização radical Proletários Armados pelo Comunismo, condenado em seu país à prisão perpétua por quatro assassínios cometidos nos anos 1970.
Os italianos, o ministro, os advogados de defesa, outros profissionais do direito e um que outro político, tiveram todos espaço para os seus argumentos. Nenhum jornal, naturalmente, deixou de registrar que em novembro passado o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça se opôs por 3 votos a 2 à concessão de asilo a Battisti. Mas só a Folha deu que o veto foi influenciado pela representante do Itamaraty no organismo, Gilda Santos Neves, que – diz a matéria assinada por Eliane Cantanhêde e Simone Iglesias – “considerou a pressão da Itália pela extradição”.
A mesma matéria, por sinal, foi a única a informar que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, “presa e torturada durante o regime militar”, esteve presente ao encontro em que Tarso Genro “convenceu” o presidente Lula a autorizá-lo a conceder o asilo, apesar do voto contrário do Conare – e embora o assunto já estivesse para ser julgado do Supremo Tribunal Federal (STF), com parecer do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pela extradição." (Jornalista Luiz Weis, no Observatório da Imprensa)

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