Ex-primeiro ministro preso por lavagem de dinheiro
Foto de Mentat Kibernes (CC by-nc/2.0) |
A sua detenção aconteceu cerca das 22h00, depois de aterrar em Lisboa proveniente de Paris. As buscas na investigação a Sócrates decorreram em vários locais, incluindo a casa no edifício Heron Castilho, em Lisboa, e foram em algumas situações acompanhadas pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, num inquérito a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e em segredo de justiça, segundo a nota divulgada pela Producadoria Geral da República.
Para além de Sócrates, mais três pessoas foram detidas e ouvidas já na sexta-feira Carlos Santos Silva (empresário e amigo de Sócrates), Gonçalo Ferreira (advogado que trabalha numa empresa de Carlos Santos Silva) e João Perna, motorista. Todos eles serão, ao que parece, funcionários do Grupo Lena. Precisamente, a sede do holding empresarial da engenharia civil foi alvo de buscas judiciais na tarde de sábado, tendo a administração da empresa confirmado que entregou um conjunto diversos de documentação fiscal.
Na base da investigação estão operações bancárias e movimentos em dinheiro sem justificação conhecida, alegadamente a favor do ex-líder do PS, por conta das quais terá sido alvo de investigações nos últimos meses. Os crimes pelos quais Sócrates é suspeito ocorreram enquanto este exercia o cargo de primeiro-ministro. Assim, em 2010, altura em que a economia portuguesa estava prestes a colapsar, Sócrates terá decidido, alegadamente, trazer para Portugal 20 milhões de euros que tinha num banco na Suíça em nome de uma offshore titulada por Santos Silva.
No entanto, Sócrates disse em julho que "isto é uma verdadeira canalhice", depois da revista Sábado ter noticiado que o ex-Primeiro Ministro era alvo de suspeitas do Ministério Público. Seja como for, a detenção de Sócrates acontece após ele ter contornado responsabilidades em casos com o da Freeport, o 'Face Oculta', o da Universidade Independente
O enésimo escândalo no teatro institucional português, e a poucos dias do caso dos vistos Gold, demonstra que nem a corrupção nem, muito menos, questões mais profundas ligadas à exploração da maioria social portuguesa vão encontrar resposta na alternância institucional do decrépito PSD-PP de Passos Coelho pelo PS. (Com o Diário Liberdade)
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