Estudantes protagonizam defesa da educação ocupando as ruas de Curitiba
Depois de ser retirada durante o ato pró-governo, no domingo,
26, faixa em defesa da educação é recolocada na fachada da UFPR
Paula Zarth Padilha
Ato público contra os cortes orçamentários na educação promovidos pelo governo Bolsonaro tem apoio popular e reuniu mais de dez mil pessoas na capital paranaense
Uma emocionante manifestação de estudantes universitários na noite desta quinta-feira, 30 de maio, reuniu professores, familiares, ativistas partidários e dos movimentos sociais e sindicais em defesa da educação.
O ato contra os cortes no orçamento das universidades públicas federais promovido pelo governo Bolsonaro tomou dimensões para além dessa pauta e denunciou os diversos retrocessos a que a população de um país em crise econômica e política está submetida: cortes nos benefícios sociais, riscos à aposentadoria, desemprego recorde, discriminações raciais, de gênero e diversidade, ataques ambientais.
Esse foi o tom da mobilização, que aconteceu debaixo de um temporal, que atingiu Curitiba desde a madrugada e alagou a Praça Santos Andrade, local de concentração da marcha, no momento em que a Universidade Federal do Paraná restituía aos estudantes a faixa “Em Defesa da Educação” como estandarte no prédio histórico da instituição. A faixa anterior, com os mesmos dizeres, foi arrancada no último domingo, 26 de maio, por apoiadores do presidente.
Cerca de dez mil pessoas, conforme estimativa dos organizadores, percorreram as ruas do centro de Curitiba, da praça até a Boca Maldita, ocupando as ruas da cidade às 19 horas, horário ainda de trânsito intenso de carros, chamando a atenção de quem saía às janelas dos prédios.
Havia batucada de estudantes e de blocos de rua, havia ativistas das diversas pautas de resistência e as palavras de ordem eram de unificação nesta luta: estudantes e trabalhadores. Representantes dos movimentos sindicais e sociais estavam presentes, declarando apoio à manifestação dos estudantes, que também relembraram que o 30 de maio é preparatório para os atos de rua para a greve geral da classe trabalhadora, convocada pelas centrais sindicais para o dia 14 de junho, tendo como pauta central a derrubada da Reforma da Previdência (PEC 06/2019).
Uma manifestação política, colorida, de diversas bandeiras, porque é a política que altera a vida da população e determina se uma universidade pública federal permanecerá aberta ou terá seu funcionamento inviabilizado por falta de recursos.
(Com o NPC)
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