Chacina da candelária!, após 27 anos, a violência continua
Debate será promovido pela Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa, nesta quinta-feira, 23, às 14h, no canal do Youtube da ABI.
Para analisar o que se passou, contaremos com o Diretor de Jornalismo da Glogo-MG, Marcelo Moreira, que era plantonista do Jornal do Brasil na madrugada daquela sexta-feira, quando aconteceu a chacina; Jorge Antonio Barros, jornalista especializado em segurança pública e criminalidade desde 1981, com dois prêmios Esso pelo Jornal do Brasil e que era editor de Cidade no JB na época da chacina; o também jornalista Itamar Silva, ativista social, militante do movimento de favelas do Rio de Janeiro desde 1970, presidente da Associação Escola Sem Muros – Grupo ECO, da favela Santa Marta; e a cientista social, Silvia Ramos, coordenadora da rede de Observatórios de Segurança Pública do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, CESeC. A mediação da conversa será do jornalista e radialista Xico Teixeira, integrante da Comissão dos Direitos Humanos e da Liberdade de Expressão da ABI.
Passados 27 anos da Chacina da Candelária, quando, no dia 23 de julho de 1993, oito jovens foram assassinados por milicianos, na calada da noite, a violência contra pobres e pretos continua sem controle. A chacina foi um marco histórico na luta pelos direitos humanos no Brasil e contra a prática cruel e criminosa de milicianos e da polícia dos estados. E esta luta não para!
Em todo o Brasil acontecem casos de violência policial. A Rede de Observatórios da Segurança divulgou na semana passada a publicação Racismo, motor da violência, resultado de um ano de monitoramento em cinco estados brasileiros. O boletim analisa mais de 12.500 registros de eventos relacionados à segurança pública e à violência na Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
Este monitoramento registrou mais de 7 mil ações policiais neste período.
Nos Estados Unidos, um policial matou um homem negro que todos nós sabemos nome e sobrenome, o Jorge Floyd. A comoção tomou conta de todo o país e extrapolou as fronteiras dos EUA. Aqui no Brasil, uma mulher preta, de 51 anos de idade, é imobilizada por um policial militar em São Paulo com a mesma técnica, fica ferida, desmaia quatro vezes e passa a ser apenas uma a mais na estatística da violência. Sem nome e sem sobrenome.
O Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ) registrou 741 mortes causadas por policiais nos cinco primeiros meses de 2020. São quase cinco pessoas mortas por dia pela polícia no RJ. De toda a série histórica registrada pelo Instituto, esse foi o maior número de vítimas causadas por policiais no RJ nos cinco primeiros meses de um ano desde 1998. Quase 80% destas mortes de gente preta.
Comentários