Cuba: De Moncada à Revolução


                                                                              


Fernando Mousinho

O objetivo do assalto ao Quartel de Moncada era tomar as armas, distribui-las com o povo e dar início à derrubada da sangrenta ditadura de Fulgêncio Batista. Apesar de frustrada militarmente a ação se transformaria numa vitória política de extrema atualidade, foi a alavanca do triunfo da Revolução de 1º de janeiro de 1959.

Naquele 26 de julho de 1953, os jovens revolucionários comandados por Fidel Castro, Abel Santamaria e Raul Castro, tinham uma proposta política concreta e sustentável: O Programa de Moncada, que consistia de seis pontos a serem resolvidos de imediato: o problema da terra, da moradia, do desemprego, da industrialização, da saúde e da educação.

Nos primeiros anos da Revolução o Programa do Moncada foi levado a cabo, e pela primeira vez na sua história o povo cubano viu uma promessa de governo ser cumprida.

De imediato realizou-se uma campanha de emancipação do povo, calcada em medidas de natureza econômica, política, cultural e social.

O sistema de saúde pública de Cuba reconhecido internacionalmente, é um exemplo para a humanidade. Na batalha mundial contra a Covid-19, as brigadas médicas cubanas Henry Reeve, presente em 70 países, tem se caracterizado como uma ponte entre os povos, ricos ou pobres. Um exemplo que legitima sua indicação, por vários países e organizações internacionais, ao Prêmio Nobel da Paz de 2021.

A amplitude da Revolução cubana não se restringe ao assalto ao Quartel de Moncada e deve ser vista do ponto da dialética marxista, do movimento e unidade dos contrários. Na véspera da operação, Fidel alertara: Jovens do Centenário do Apóstolo, como em 68 e 95, aqui no oriente damos o primeiro grito de Liberdade ou Morte. 

O cacique Hatuey, o primeiro Rebelde da América, em uma canoa remou de onde hoje é território do Haiti e da Republica Dominicana, para alertar os irmãos cubanos da chegada do colonizador espanhol. As lutas anticolonialistas de Carlos Manuel de Céspede e de José Martí, e a participação da negra escrava angolana Carlota, também se inscrevem neste contexto. 

Na década de 1920, o líder estudantil cubano Júlio Antonio Mella, sentenciara: Lutar pela revolução social na América, não é utopia de loucos e fanáticos, é lutar pelo próximo passo do avanço da história.
Porém, como dizem os cubanos, Moncada representa o eslabón da Revolução, ou seja, o elo mais forte da corrente revolucionária.

No ensejo, evoco o sentimento político revolucionário do saudoso arquiteto Oscar Niemeyer: Tivesse Fidel pensado diferente, protelado a revolução e seu país estaria hoje dominado pelos donos do dinheiro, pelo poder humilhante dos imperialistas norte-americanos.

Viva Cuba,

Viva o Brasil,

Soy loco por te América!

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