TRADIÇÃO MAXACALI É RETRATADA EM ANIMAÇÃO QUE VAI AO AR NO “CINEMATÓGRAFO ESPECIAL CINEOP”, NESTE DOMINGO (27), PELA REDE MINAS .QUANDO EU ERA COLUNISTA SINDICAL NO "Estado de Minas" lancei uma campanha de auxílio aos índios maxacalis, objeto até de crônica do Drummond no antigo JB. Defendia o envio de expedição de médicos, dentistas e enfermeiros à tribo...A ditadura aproveitou a dica e lançou depois o Projeto Rondon. O nome da campanha, que lancei quando era conselheiro da Secretaria do Trabalho era "Expedição Rondon de Apoio aos Índios Maxacali. Podem ver nos jornais da época...José Carlos Alexandre
As aventuras de príncipes e rainhas que recheiam as animações no mundo são conhecidas em todo o país. Já a cultura verdadeiramente brasileira, que tem na sua origem o povo indígena, ainda é um mistério para grande parte da população.
O diretor Charles Bicalho resolveu quebrar esse paradigma e lançou um desenho que tem, no enredo, a tradição e a língua maxacali que imperam na comunidade. Esse é "Mãtãnãg, a encantada", que é um dos destaques do “Cinematógrafo especial CineOP”, deste domingo (27), na Rede Minas.
A história parece uma fábula, mas faz parte das crenças dos maxacalis. Na animação, a personagem Mãtãnãg segue o espírito do marido morto ao ser picado por uma cobra. Eles superam vários obstáculos que separam os vivos do mundo dos espíritos. Logo ela descobre que deve retornar à aldeia. Junto à família, consegue reencontrar o amor através de rituais.
A animação nasceu através de oficinas audiovisuais na Aldeia Verde, no município de Ladainha, em Minas Gerais, onde vivem 350 indivíduos do povo Maxacali. Através do projeto coordenado por Charles Bicalho, a comunidade se tornou protagonista e produtora. Os desenhos foram feitos pelos indígenas e são eles que dão voz aos personagens na língua maxacali. Charles Bicalho e a indígena Shawara Maxakali, que assinam a direção, transformaram as ilustrações no curta que chega à tela da TV, pela primeira vez, na Rede Minas.
Lançado em julho de 2019, com legendas em português, inglês e espanhol, "Mãtãnãg, a encantada" rodou por mais de 30 festivais no Brasil, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Chile e Canadá. O curta também atraiu a atenção de pesquisadores e foi exibido em diversas universidades internacionais, como a americana Harvard. Mesmo o período de pandemia não freou o sucesso. O título recebeu menção honrosa do troféu “O Kaiser” de melhor animação, da Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA); no Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo; e no Prêmio Especial do Júri na Mostra Guarufantástico, além de ter sido premiado no FestCurtas Fundaj.
SOBRE OS DIRETORES
Charles Bicalho iniciou seus trabalhos com os povos indígenas da Aldeia Verde na década de 90. O resultado foi a criação da produtora de filmes indígenas Pajé Filmes. No currículo, assina a direção de seis curtas, além de ter trabalhado na produção de outros títulos. Shawara Maxakali estreou na cena audiovisual com a animação "Mãtãnãg, a encantada". Hoje ela integra a equipe da Pajé Filmes.
O “Cinematógrafo especial CineOP” vai ao ar, em sua última edição, neste domingo (27), às 22h30, pela Rede Minas. Além de "Mãtãnãg, A encantada", o público ainda confere “Relatos tecnopobres”, de João Batista Silva. O público também assistir a atração, nesse mesmo horário, no site da emissora: redeminas.tv.
SERVIÇO
“Cinematógrafo especial CineOP”
Domingo (27/09), às 22h30
Exibição dos curtas "Mãtãnãg, A encantada", Charles Bicalho e Shawara Maxakali, e “Relatos tecnopobres”, de João Batista Silva
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