Uma nota da COORDENAÇÃO NACIONAL DA UNIDADE CLASSISTA

                                                                 


Construir a contraofensiva dos trabalhadores

Em todo o mundo, os elevadíssimos índices da maior recessão registrada desde o pós-guerra, já ultrapassam os 12% do PIB nos países centrais e propiciam um cenário de ofensiva da burguesia para recuperar suas taxas de lucro. A China é exceção, pois já voltou a crescer na casa dos 3%.


No Brasil, mais de 10 milhões de brasileiras e brasileiros passam fome, mais de 100 mil vivem nas ruas e milhares morrem diariamente, vítimas do novo coronavírus, de outras epidemias, da violência policial e doméstica, da falta de saneamento básico e de um sistema público de saúde cada vez mais sucateado e privatizado. Também são crescentes os índices de mortes por acidentes de trabalho e o trabalho análogo à escravidão.


Para a burguesia, a pandemia já foi assimilada. Os recentes índices de aprovação de Bolsonaro, em meio a um dos maiores índices de mortalidade por Covid-19 do mundo e da destruição do meio ambiente por meio das queimadas, estimularam o governo a empreender novos ataques aos trabalhadores. O recuo tático acabou.


A vacina contra o novo coronavírus ainda nem chegou e parece que já foi aplicada, pois bancos, fábricas, fazendas, estradas, ferrovias, portos, aeroportos e o comércio já funcionam normalmente, enquanto os trens, metrôs, ônibus e vans transitam lotados.


Os patrões e governos pressionam pela reabertura das escolas e respondem com mais demissões, congelamento e rebaixamento de salários e com a destruição de direitos. 

A proposta de redução do auxílio emergencial pela metade, a destruição do acordo coletivo dos trabalhadores dos Correios e o encaminhamento ao Congresso da PEC 32, que pretende realizar uma profunda contrarreforma do Estado por meio das relações trabalhistas com os servidores públicos são os maiores exemplos desta nova ofensiva.


A burguesia se movimenta no sentido de promover um pacto que propicie o avanço das políticas neoliberais, enquanto os partidos e as centrais sindicais do campo da conciliação apostam suas fichas nas negociatas e nas eleições. 

O calendário de privatizações também estará na ordem do dia assim que as eleições municipais terminarem. Eletrobras, Correios e mais quinze estatais serão levadas a leilão para serem entregues aos capitalistas a preço de banana.


Tal conjuntura nos apresenta enormes desafios: devemos encará-la como uma oportunidade para construir nossa contraofensiva, dialogando com os trabalhadores sobre a necessidade de superarmos revolucionariamente o capitalismo.


Porém, somente com os trabalhadores e a juventude organizados programaticamente nas ruas, nos locais de trabalho, estudo e moradia e nos movimentos populares poderemos realizá-la.


Para tanto devemos desenvolver ações de agitação e propaganda para deslegitimar o discurso liberal, redobrar esforços no desenvolvimento do trabalho de base, organizar frentes e fóruns de luta contra a reforma administrativa e contra as privatizações, prestar solidariedade militante a todas as categorias de trabalhadores em luta e ampliar nossos esforços para a construção e o enraizamento do Fórum Sindical, Popular e da Juventude, de Luta por Direitos e Liberdades Democráticas em todas as regiões do país, para potencializar a resistência aos ataques, a reorganização da classe e criar poder popular rumo ao socialismo.


Nesta conjuntura, reivindicamos:


• Revogação imediata da emenda constitucional 95;


• Rejeição completa da PEC 32/2020;


• Garantia de estabilidade no emprego, com salário integral e todos os direitos e garantias, aos trabalhadores com carteira assinada e estatutários no setor público e privado;


• Salário mínimo mensal, custeado pelo Estado, a todos os trabalhadores sem carteira assinada, como medida permanente;


• Suspensão imediata do pagamento da dívida pública;


• Taxação das grandes fortunas;


• Utilização emergencial de toda a rede hoteleira privada para isolamento social dos moradores de rua;


• Programa habitacional de construção e distribuição de casas populares para combater o desemprego e a falta de moradias.


PARTICIPE DA CONSTRUÇÃO DO SEGUINTE CALENDÁRIO DE LUTAS:


30/09 – Dia de luta contra a reforma administrativa;


03/10 – Dia de luta contra as privatizações.


FORA BOLSONARO E MOURÃO!


PELA CONSTRUÇÃO DO FÓRUM POR DIREITOS E LIBERDADES DEMOCRÁTICAS!


PELA REORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA!


RUMO AO ENCLAT!


AVANTE, CAMARADAS!"


UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!

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