Lançamento de obras de Carlos Lúcio-2
O bálsamo da literatura semeada
Carlos Lúcio Gontijo
Dia 20 de junho de 2009, na Associação Mineira de Imprensa (AMI), presidida por Wilson Miranda, fomos premiados com o lançamento de dois livros de nossa autoria (o romance JARDIM DE CORPOS e a obra infantil DUDUCHA E O CD DE MORTADELA). Deparamo-nos, na fila de autógrafos, com viúvas, filhos e filhas de leitores que sempre nos acompanharam, mas partiram para o “andar de cima”, dando-nos o sinal caloroso de que a nossa literatura andou, caminhou, seguiu em frente e cumpriu, ao longo dos anos, o seu destino de desaguar no coração e na mente das pessoas. Ou seja, a obra literária semeada já possuía herdeiros!
A maneira espiritualizada e metafórica com que nos expressamos achou, no público presente ao evento, o apropriado horizonte de luz que buscava e, ao sermos contemplados com uma homenagem pela qual jamais esperávamos, encontramos na fala da poeta Clevane Pessoa um berço, um afago que, sob a cantoria afinada de Lenna Santos e uma garota de cabelos claros –interpretando “Como é grande o meu amor por você “(de Roberto e Erasmo Carlos) feito um anjo saído sei lá de onde nestes tempos de tanta insensibilidade – um conforto, um bálsamo para seguirmos adiante.
Clevane Pessoa encantou a platéia com o seu jeito simples e extremamente poético, predicado de quem, mais que entender de versos, os sente e os grafa na alma. Quem não a conhecia ficou admirado com o feixe de claridade que se lhe apresentava graciosamente e por inteiro, enquanto da nossa parte nos entregávamos lisonjeados e certos de que o nosso esforço tinha (e tem) razão e significado.
Do nosso indelével jornal DIÁRIO DA TARDE, vislumbrávamos muitos companheiros de convivência fraterna, circundados por figuras expoentes como o conhecido jornalista Hélio Fraga, o ex-secretário de governo do Estado de Minas Gerais, José Ulisses de Oliveira, escritores e poetas como Fátima Oliveira, Antônio Fonseca, Therezinha Casasanta, Regina Morelo, João Silva de Souza, Harildo Norberto Ferreira, Luiz Cláudio, Bilá Bernardes (que declamou nosso poema Sangue Montense), Rosângela Brasil Gontijo, Antônio Carlos Dayrell e tantos outros, em meio a um punhado de gente de Santo Antônio do Monte, como Marlúcia e Magela Batista, Adílson e Ana Batista, Luís Fernando, Osvaldo Veneroso, Maria Helena Castro etc.
Enfim, ao lado de minha família, do velho pai José Carlos Gontijo e de amigos leitores, deixamos desaguar mais um trabalho literário, completando treze obras, sobre as quais o tempo, em alguma ocasião, cuidará de debruçar seus olhos. No mais, fiquem com o lamento sem tristeza da poeta Clevane Pessoa, que tão bem traduz a nossa luta no poema A Essência dos Poetas: “O poeta escreve sobre seus sentires/ e sobre os sentimentos alheios./Sussurra ou brada, conforme a acontecência,/ mas é sempre emissário da quintessência/ que muitas vezes/ nessa Terra não encontra lugar...
(Imagem:José Carlos Alexandre)
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