Eslovênia tem prefeito negro


Um médico nascido em Gana, na África, foi eleito prefeito na Eslovênia. Peter Bossman, de 54 anos, é o primeiro negro a ocupar esse cargo em uma prefeitura do país - e, provavelmente, o primeiro na antiga Iugoslávia.
Bossman, que concorreu pelo partido de centro-esquerda Social Democratas (SD), venceu por margem pequena na cidade costeira de Piran.
Ele disse que as pessoas não veem mais a cor de sua pele e que sua eleição demonstra o "alto nível de democracia na Eslovênia". Também se declarou "feliz e orgulhoso".
Bossman chegou ao país na década de 1980, quando a Eslovênia ainda era parte da antiga Iugoslávia, para estudar medicina.
Ele derrotou o prefeito anterior, Tomaz Gantar, levando 51.4% dos votos.
"Baseei minha campanha no diálogo e acho que o diálogo venceu", disse Bossman, que está sendo chamado de "o Obama de Piran".
Entre suas promessas de campanha estão a introdução de carros elétricos em Piran. Ele também espera construir um aeroporto e um campo de golfe para atrair turismo à cidade.
O plano inicial de Bossman era retornar a Gana após concluir seus estudos, mas ele mudou de ideia depois de se casar com uma colega croata.
Cerca de 12% da população da Eslovênia - que declarou independência em 1991 e se tornou, em 2004, o único Estado da antiga Iugoslávia a integrar a União Europeia - nasceu no exterior. Mas apenas uma pequena fração destes imigrantes veio da África.
Bossman disse à agência de notícias Reuters que, em anos recentes, não sofreu discriminação por causa da cor de sua pele ou de sua origem.
"Sempre há grupos de pessoas que não aceitam quem é diferente, e, nos primeiros meses após chegar à Eslovênia, eu senti que algumas pessoas não queriam estar conosco", disse ele à agência.
"Mas, nos últimos 10 ou 15 anos, não senti mais isso. Não tenho problemas e acho que as pessoas não veem a cor da minha pele quando olham para mim."

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