Revolta na França
Sete das 12 refinarias da França continuam paralisadas e vários depósitos de combustíveis bloqueados, provas inequívocas de que o ambiente de protestos e manifestações no país permanece intacto. Conquanto o ponto principal de discórdia, o projeto de lei que eleva a idade de aposentações de 60 a 62 anos e a cobrança de pensão completa de 65 a 67, parece na reta final das aprovações, a população segue em pé de combate.
A legislação foi aprovada em primeira leitura no Senado e a partir de hoje a Comissão Mista das duas Câmeras (sete senadores e sete deputados da Assembléia Nacional) buscará um texto unificado para voltar a submetê-lo a votação.
É um processo quase expedito no qual tem um peso enorme a maioria de parlamentares da dirigente UMP do presidente da República, Nicolás Sarkozy, principal impulsor da reforma à lei de retiro. Só que a popularidade de Sarkozy está no andar e pela primeira vez desde que assumiu o Palácio do Elíseo em meados de 2007, o por cento de aceitação de seu labor caiu por embaixo do 30 por cento.Tem que ver, segundo analistas consultados por Imprensa Latina, não unicamente com a tozudez de levar adiante uma legislação tão mau vista pela população, senão ademais em seu apoio irrestricto às classes poderosas.O espaldarazo renovado do mandatário a seu ministro do Trabalho, Eric Woerth, é interpretado como mostra de alinhamento absoluta ao capital. O titular tinha a sua esposa trabalhando com o emporio de cosméticos L Oreal.Ainda que não há evidências definitivas de se Woerth, então ministro de Orçamento, recebeu dinheiro para o financiamento da campanha de Sarkozy, o que resulta iegável é o conflito de interesses ao colocar a sua esposa com uma sociedade privada.
Amanhã está prevista uma manifestação dos estudantes, fato interessante para apreciar até onde chegarão os jovens em seu respaldo aos grêmios no meio de um período de férias de 10 dias.Na quinta-feira será a outra grande mobilização e o líder da poderosa Confederación Geral de Trabalhadores (CGT), Bernard Thibault, antecipou ações em massa e multitudinarias em todo o território nacional.
Ninguém pode predizer que vai ocorrer no futuro. O único que podemos dizer é que o nível de descontentamento não vai parar como se estivéssemos no colégio, e com um silbato se dissesse aos alunos que molestam: acabou-se, seguimos com a classe, declarou.A mobilização vai continuar enquanto siga o descontentamento. Os parlamentares não decretam o fim do debate sobre as pensões, advertiu.(Texto básico da Prensa Latina).
(Ilustração: Allan MacDonald/Telesur/Divulgação)
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