Prisões e torturas no Iraque

Antonio Carlos Lacerda (*)

BAGDÁ/IRAQUE (Pravda Ru) - A Organização Não Governamental Anistia Internacional está denunciando ao mundo a existência de 30 mil pessoas em prisões iraquianas sem terem sido julgadas, cujas confissões foram conseguidas sob tortura, e aponta as forças militares americanas como responsáveis por essa situação.
Segundo a Anistia Internacional, os estupros, ameaças de estupro, golpes, descargas elétricas, unhas arrancadas e mutilações são algumas das formas de tortura empregadas nas prisões iraquianas.
"As forças de segurança iraquianas são responsáveis pelas violações sistemáticas aos direitos dos presos (...) e por toda impunidade", afirmou em um comunicado Malcolm Smart, diretor para Oriente Médio da organização de defesa dos direitos humanos, sediada em Londres.
No relatório, de 56 páginas, intitulado "Nova Ordem, Mesmos Males: Prisões Ilegais e Tortura no Iraque", a Anistia Internacional detalha centenas de casos de prisões arbitrárias, ocorridas muitas vezes há diversos anos, de torturas e de desaparecimento de detidos.
A organização conta, entre outras, a história de Ryad Mohamed Saleh al-Uqabi, preso em setembro de 2009, em cujo interrogatório, foi espancado com tal violência que teve as costelas quebradas e danos no fígado.
"Morreu em 12 ou 13 de fevereiro devido a uma hemorragia interna. Seu corpo foi entregue a sua família algumas semanas depois. A certidão de óbito indica que morreu após parada cardíaca", afirma o relatório.
A Anistia Internacional diz que essas práticas ocorrem para obter confissões, que permanecem sendo a prova preferida da Justiça iraquiana.
A entidade diz que a responsabilidade é da forças militares americanas que, com vistas em sua retirada total no fim de 2011, transferiram milhares de presos aos iraquianos, sem garantias sobre tortura e maus tratos.

(*) Antonio Carlos Lacerda é Correspondente Internacional do Pravda Ru no Brasil.

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