Há 117 anos surgia o Nobel da Paz
Dom Helder Câmara foi o brasileiro a chegar mais perto da premiação |
No dia 27 de novembro de 1895, o multimilionário inventor da dinamite Alfred Bernhard Nobel (1833-1896) vê um de seus maiores sonhos se concretizar. O Prêmio Nobel da Paz foi uma vontade expressa do sueco, que vivia desgostoso diante do uso militar de suas invenções. Nesse sentido, a ideia era que aqueles que contribuíssem notoriamente pelo bem da humanidade fossem de alguma forma recompensados.
Além das áreas científicas de Química, Física e Fisiologia e Medicina, passariam a ser premiados pacifistas e literatos. No texto de seu testamento, os prêmios para físicos e químicos deveriam ser entregues pela Academia Sueca de Ciências, o de fisiologia ou trabalhos médicos pelo Instituto Carolina de Estocolmo, o de literatura pela Academia em Estocolmo e o da paz por um comitê de cinco pessoas a serem eleitos pelo Parlamento Norueguês, o Storting.
O Nobel da Paz é um dos cinco prêmios oferecidos anualmente pela Fundação Nobel e foi criado para distinguir pessoas ou organizações que estejam envolvidas em uma maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz. É, portanto, um prêmio Nobel com características próprias, onde os laureados encontram-se essencialmente envolvidos na resolução de um processo que leve ao bem-estar da humanidade.
É o único que não é atribuído e entregue em Estocolmo, e sim em Oslo, capital da Noruega. Naquele tempo, Suécia e Noruega governavam-se em comunhão. O parlamento sueco era responsável pela política internacional e o parlamento norueguês, o Stortinget, ficava encarregado da política interna norueguesa.
Ele então decidiu que caberia a um Comitê Nobel norueguês, com membros nomeados pelo Parlamento norueguês, a função de escolher o laureado pelo prêmio. Assim, acreditava que preveniria a influência de poderes políticos internacionais no processo de atribuição do Nobel.
O brasileiro que chegou mais perto desse prêmio foi Dom Helder Câmara, Arcebispo de Olinda e Recife.
Neste século XXI, os ganhadores traduzem de maneira bastante significativa a politização do Nobel da Paz:
2001 – ONU e Kofi Annan;
2002 – Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos;
2003 – Shirin Ebadi, iraniana ativista dos direitos humanos;
2004 – Wangari Maathai, queniana ativista dos direitos humanos;
2005 – Agência Internacional de Energia Atômica e Mohamed el Baradei, por seus esforços em direção ao uso pacífico da energia nuclear;
2006 – Grameen Bank e Mohammad Yunnus, pelo desenvolvimento social das classes desfavorecidas;
2007 – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos;
2008 – Martti Ahtisari, ex-presidente da Finlândia, por auxiliar na solução de conflitos internacionais;
2009 – Barack Obama, atual presidente dos Estados Unidos, supostamente como um incentivo à busca da paz em territórios conflituosos;
2010 – Lin Xiaobo, ativista chinês dos direitos humanos;
2011 – Ellen Johnson Sirleaf, Leimah Gbowee eTakwakell Karman, as duas primeiras da Libéria e a terceira do Iêmen, todas em função da luta não violenta em favor da segurança e dos direitos da mulher;
2012 – União Europeia, em função do suposto empenho pela paz, democracia e direitos humanos há seis décadas.
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