Funcionários da Caixa Econômica Federal se mobilizam contra privatização
Na última sexta-feira (27/2), os empregados da Caixa Econômica Federal se mobilizaram por todo o país. A luta foi organizada pelas centrais sindicais, sindicatos, pela Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcefs) e pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae).
Depois que Dilma anunciou que pretende abrir o capital da Caixa, a indignação tomou conta da categoria. Em sua campanha eleitoral, Dilma prometeu fortalecer os bancos públicos para melhor atender o social e afirmou que não atacaria os direitos dos trabalhadores ”nem que a vaca tussa”.
Agora, os eleitores de Dilma estão estarrecidos e decepcionados, pois uma medida após outra os trabalhadores estão vendo seus direitos ameaçados.
Depois de subir as taxas de juros, aumentar o preço da tarifa de energia e combustível, cortar verbas da educação e previdência, agora vem com medidas de privatização. Essa política é exatamente o oposto do que queriam os eleitores que votaram em Dilma.
Infelizmente, a política econômica aplicada no país levará o Brasil para o buraco. Grécia, Argentina, Espanha e tantos outros países que quebraram tiveram esta mesma política aplicada aqui.
A austeridade do governo (cortando salários, direitos, serviços e a previdência) tem apenas uma finalidade: fazer superávit primário para atender aos serviços da dívida pública.
Ou seja, parte da riqueza que é produzida pela nação será entregue nas mãos dos banqueiros e especuladores. No ano de 2014 foram mais de R$ 800 bilhões, só de juros. O problema é que mesmo pagando esta fortuna, a dívida continua a crescer.
Hoje, no Brasil, a dívida representa 56% do Produto Interno Bruto (PIB). Na Grécia chegou a 175%.
Para o membro da estadual da CSP-Conlutas SP e funcionário da Caixa, Wilson Ribeiro, romper este modelo econômico e parar de pagar a dívida é a única forma de o país escapar dessa crise que está chegando. Insistir nela é levar inevitavelmente o país ao caminho das privatizações.
Por isso, a luta dos petroleiros e dos funcionários dos Correios é a mesma luta que a dos empregados da Caixa. A única forma de defender essas empresas é defender que sejam 100% públicas e estatais.
Segundo do dirigente, outro problema, a corrupção, também é motivo de indignação dos trabalhadores, afinal, o PT sempre defendeu “ética na política” e agora se revela igual ao PSDB e outros partidos. A corrupção agora serve como argumento para a imprensa e setores dos intelectuais levantarem a privatização como saída para acabar com ela.
“A única coisa que podemos afirmar é que a corrupção é praticada a partir da própria iniciativa privada, que é quem corrompe os governantes, desde antes de entrarem no governo, dando enormes quantias de dinheiro para fazerem suas campanhas eleitorais”, frisa Wilson.
Por isso, para ele, os trabalhadores precisam lutar, se organizar e construir uma alternativa da classe. “É preciso um governo que aplique uma política de defesa dos direitos trabalhistas e sociais. Os empregados da Caixa estão dando os primeiros passos nessa luta”, salientou. (Com a Conlutas)
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