Movimentos fazem marcha de 190 km de Ouro Preto a BH
Rafaela Dotta
Ao longo de cinco dias, cerca de 1.500 pessoas participam da caminhada, que conta com diversas ações no percurso
Rafaela Dotta
Ouro Preto (MG), 22 de Abril de 2016 às 14:48
Começa nesta sexta-feira (22) uma grande marcha organizada por movimentos populates e sindicais contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ao todo, 1.500 pessoas irão percorrer 191 quilômetros entre as cidades de Ouro Preto e Belo Horizonte. Serão cinco dias de caminhada, promovida pela Frente Brasil Popular no estado de Minas Gerais, que conta também com manifestações nas cidades do percurso. As pautas da marcha são a defesa da democracia e de reformas estruturantes, entre elas, a reforma agrária popular.
Segundo Michelle Capuchinho, coordenadora estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), uma ação como esta significa a resistência e organização dos movimentos que lutam pela democracia. "A marcha tem um sentido histórico dos povos em resistência, que marcham quando se sentem orpimidos", afirma.
No percurso da caminhada, a Frente Brasil Popular pretende organizar atos públicos em diversas cidades, começando por Mariana, onde ocorre uma aula pública com a secretária estadual de Educação, nesta sexta (22), às 14h, na Praça Jardim.
Os organizadores apontam que a parada na cidade também lembra o desastre que aconteceu em novembro de 2015, com o rompimento da barragem de Fundão, além de ser um alerta à empresa Samarco, responsável pela tragédia. No sábado (23), a marcha passa próximo ao território da empresa, a caminho do município de Catas Altas.
Ato com Mujica inaugurou ações
Mais de 1.500 pessoas participaram da entrega das Medalhas da Inconfidência, nesta quinta-feira (21), em Ouro Preto. O evento é organizado pelo governo estadual e concede honrarias a pessoas que contribuíram para o desenvolvimento de Minas Gerais e do país.
O mais alto agraciado deste ano foi o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica. Ele foi também o orador da cerimônia, discursando sobre política, democracia e, principalmente, igualdade. "Não se toma a igualdade como desejo de ser tudo igualzinho, como tijolo, todos alinhados. O sentimento de igualdade é ter o direito às mesmas oportunidades na vida e, quanto nos falta, latino-americanos, para poder dar oportunidade aos milhões que ficam à margem do caminho da nossa pobre America", declarou.
Nos intervalos entre as falas, os presentes na plateia ecoavam palvras de ordem como "Não vai ter golpe" e "Fora Temer". O coro aumentou quando o vice-governador Antonio Andrade (PMDB) foi mencionado na cerimônia. Gritos de "Fora Cunha" também apareceram nesse momento.
(Com o Brasil de Fato)
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