BRASIL: GOLPE EM ESTILO PARAGUAIO

                                                                                                       Agência Brasil
O fracasso do lulismo, variante brasileira da social-democracia, é da sua própria lavra.  Ele próprio foi responsável pelo impeachment da sra. Dilma Roussef.  Durante 13 anos o lulismo fez quase tudo o que a reacção queria.  A sua estratégia foi dar migalhas insignificantes ao povo brasileiro a fim de apassivá-lo e alcançar a almejada "paz social".  Isso pode acabar hoje, 30 de Agosto, após a votação no Senado.  Agora é a reacção pura e dura que dá as cartas.  A classe dominante (brasileira e estrangeira) quer o poder total para fazer os trabalhadores arcarem com a depressão económica que agora se inicia. 

O discurso da "presidenta" (como ela diz) no Senado foi patético.   Foi buscar o seu passado remoto para ocultar a actuação do seu passado recente.   Foi ela que, em tentativas vãs de apaziguar a reacção, perdeu a sua base social de apoio.  

Ela pôs banqueiros privados como ministros das Finanças; pôs uma latifundiária como ministra da Agricultura; manteve congelada a Reforma Agrária; teceu compromissos espúrios com corruptos que acabaram por traí-la; tratou de apassivar a CUT e o movimento sindical; aceitou que os seus telefonemas fossem espiolhados pela CIA; aprovou leis contra os movimentos sociais (às quais chamou de "anti-terroristas"); colaborou nas privatizações e dilapidação das riquezas nacionais (pré-sal e não só).   Ou seja, as opções de juventude mencionadas no seu discurso do dia 29 já pouco ou nada têm a ver com as suas opções (de classe) do presente.   

Actualmente ela aceita sem contestar a Lei da Responsabilidade Fiscal, como se esta fosse alguma "Lei de Bronze" – diz apenas que não a infringiu, mas está de acordo com a mesma tal como o PMDB, o PSDB, o capital financeiro e a burguesia rentista. 

Com um partido "dos trabalhadores" como o PT os trabalhadores brasileiros já não precisam ter inimigos.   O impeachment da sra. Roussef rasga a máscara da legalidade democrática burguesa.  O modelo de golpe adoptado pelo Senado brasileiro é o do Paraguai e de Honduras.  Tristes modelos.

(Com Resistir.info)

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