As propostas de Trump e Hillary para os temas mais importantes da campanha

                                                                   

A DW destaca a opinião dos candidatos em relação aos pontos mais importantes da campanha presidencial norte-americana    

Deutsche Welle

Christoph Ricking 

Imigração, luta contra o terrorismo, o papel dos EUA como potência mundial e comércio internacional são os assuntos mais importantes da campanha presidencial norte-americana. A DW destaca o que cada candidato propõe sobre esses temas-chave.

Imigração

Cerca de onze milhões de imigrantes vivem ilegalmente nos EUA. A maioria deles vem de países da América Latina, como México, Honduras e El Salvador. Donald Trump quer parar a imigração ilegal com a construção de um muro na fronteira com o México. "Vou fazer o México pagar por este muro", anunciou o bilionário. Ele também planeja deportar todos os imigrantes ilegais, ou pelo menos os criminosos que não têm permissão de residência nos EUA. 

Trump é contra a acolhida de refugiados da Síria. Ele já se disse favorável a uma proibição total da entrada de muçulmanos no país, pelo menos até ser comprovado que eles não são terroristas. Ultimamente, entretanto, suavizou o discurso, mas afirma querer uma investigação completa sobre todos os muçulmanos, antes de eles serem autorizados a entrar no país.

Hillary Clinton também quer um controle mais severo da imigração ilegal. "Mas ela disse claramente que se opõe à deportação de imigrantes sem registro", diz Johannes Thimm, do Instituto Alemão de Relações Internacionais e de Segurança (SWP, na sigla original), sediado em Berlim.

Ela pretende, em vez disso, possibilitar que eles encontrem o caminho para a legalidade através da naturalização. Enquanto Barack Obama quer receber apenas 10 mil refugiados sírios, Hillary defende a acolhida de 65 mil pessoas do país devastado pela guerra.

Papel dos EUA no mundo

Os Estados Unidos continuarão sendo uma potência global? Como o país se posicionará em relação a seus aliados? Nos planos de Donald Trump, Washington vai se envolver muito menos internacionalmente, inclusive na área militar. "A visão de mundo de Trump é moldada pela crença de que os Estados Unidos são explorados pelo resto do mundo", diz Thimm.

 Em uma entrevista ao jornal The New York Times, o republicano chegou a questionar garantias de segurança dadas aos aliados da Otan. Ele disse que quer, em primeiro lugar, saber qual a contribuição dos respectivos aliados. De qualquer forma, um presidente Trump pode custar caro para os aliados da Otan. 

"Ele quer que os aliados paguem mais, que eles participem mais fortemente das garantias de segurança que os EUA lhes dão", explica Thimm.

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"A acusação de que os aliados fazem muito pouco não é algo novo", observa Martin Thunert, do Centro de Estudos Americanos da Universidade de Heidelberg. "A pressão para fazer mais deve vir no geral", afirma. Isso significa que mesmo Hillary pedirá mais engajamento internacional dos membros da Otan. Mas ela não questionará o apoio aos parceiros, opina Thimm. 

"Ela é a favor da continuidade na questão das garantias de segurança para os aliados. Isso ela não vai mudar em nada." Clinton criticou Trump fortemente por seus planos sobre política externa, afirmando que, se Trump ganhar a eleição, os EUA "se tornarão menos seguros, e o mundo se tornará mais perigoso".

Política comercial

Donald Trump defende uma política comercial protecionista. Ele pretende proteger o mercado de produtos estrangeiros. "Trump difere da linha de seu partido até agora, favorável ao livre comércio", diz Thunert. Ele rejeita a Parceria Transpacífico (TPP), firmada entre EUA, Japão e dez países da América Latina. Ele também quer alterar ou rescindir, segundo os interesses dos Estados Unidos, o Nafta, acordo de livre comércio com Canadá e México. "Trump acredita que os acordos de livre comércio são responsáveis pelas perdas de postos de trabalho do setor da indústria de transformação", diz Thunert. Nesse tema, o republicano agrada uma parcela da população.

Como secretária de Estado, Hillary Clinton havia apoiado a TPP. Mas agora procura se distanciar do acordo. "Pelo que fiquei sabendo até agora, não posso apoiar este acordo", alertou, justificando que objetivos como criação de postos de trabalho e elevação dos salários nos Estados Unidos não puderam ser alcançados com o acordo. O mesmo se aplica às melhorias na segurança nacional.
Guerra ao terrorismo

Tanto Hillary Clinton como Donald Trump querem combater a milícia terrorista "Estado Islâmico" (EI). Para Trump, qualquer meio é válido, mesmo crimes de guerra. O bilionário disse que quer empregar soldados na luta contra os jihadistas, com papel de destaque para os países árabes, dos quais ele quer mais engajamento. Trump já cogitou usar tortura contra suspeitos de terrorismo e sugeriu também perseguir as famílias de membros do EI. A fim de prevenir ataques terroristas nos Estados Unidos, ele defende a proibição da entrada de muçulmanos no pais.

Hillary Clinton também promete uma ação mais dura contra o EI. "Quando era secretária de Estado, ela defendeu, em parte, uma linha mais dura do que Obama", frisa Thunert. Durante a campanha, ela propôs uma área de exclusão aérea para proteger a população civil na Síria. Hillary rejeita forças terrestres na Síria, mas quer aumentar os ataques aéreos contra o EI e utilizar forças especiais.
(Com a Deutsche Welle/Opera Mundi)

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