Pobreza aumenta no Brasil e nos EUA
Bildergalerie USA Armut (Frederic J. Brown/AFP/Getty Images)
Enquanto pesquisa do IBGE constata que um quarto dos brasileiros viveu abaixo da linha de pobreza em 2016, ONU critica níveis alarmantes de miséria nos EUA, dizendo que situação deverá piorar sob governo Trump.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que um quarto da população brasileira viveu abaixo da linha de pobreza no ano passado. A linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial é de 5,5 dólares diários e 25,4% da população brasileira teve uma renda diária abaixo desse valor.
Nos Estados Unidos, a ONU divulgou também na sexta-feira que cerca de 14% dos americanos vivem na linha de pobreza, sendo metade deles considerados "profundamente pobres" e sem nenhuma perspectiva de sair dessa situação, afirmou Philip Alston, relator especial sobre pobreza extrema e direitos humanos das Nações Unidas.
Pobres no Brasil
De acordo com o IBGE, cerca de 50 milhões de brasileiros vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente a 387,07 reais. O estudo indica ainda que o maior índice de pobreza se dá na Região Nordeste, onde 43,5% da população se enquadra nessa situação. O menor índice está na Região Sul: 12,3%.
Segundo a pesquisa de indicadores sociais do IBGE, o Brasil é um país profundamente desigual e essa desigualdade se dá em todos os níveis. "A situação é mais grave entre os 7,4 milhões de moradores de domicílios onde vivem mulheres pretas ou pardas sem cônjuge com filhos até 14 anos. Desses, 64% estavam abaixo dessa faixa de renda", informou.
A desigualdade de renda no país continua intrinsecamente ligada à questão da raça visto que o estudo indicou que entre os 10% da população com os menores rendimentos, 78,5% eram pretos ou mulatos. Já entre os 10% mais ricos, os pretos ou mulatos representavam apenas 24,8%.
Situação nos EUA
Durante coletiva de imprensa em Washington, o especialista da ONU Philip Alston criticou os níveis alarmantes de pobreza nos EUA, afirmando que a situação deverá piorar sob o governo do presidente Donald Trump.
Suas críticas vieram depois que ele fez um tour recentemente pelo país, visitando de acampamentos de sem-terra na Califórnia a pequenas cidades no sul dos EUA, como também a ilha de Porto Rico devastada por furacões.
Alston disse que, enquanto as estatísticas mostram que 14% dos americanos vivem na linha de pobreza, o número de pessoas que viveriam precariamente na fronteira dessa linha seria tão grande que 20% seria uma cifra mais realista.
O relatou da ONU apontou que a pobreza extrema e a desigualdade nos EUA resultam de políticas acumulados ao longo de muitos anos, mas deverão piorar com as propostas apoiadas pela administração Trump com vista à reforma fiscal e ao corte de programas de bem-estar social e cuidados de saúde.
(Com a Deutsche Welle)
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