FARRAPOS HUMANOS

                     

  
      José Batista Pinheiro (*)   
 É pesaroso ver moradores de rua e outros infelizes seres humanos que perambulam pelas ruas e praças das cidades brasileiras catando migalhas para comer e que não causam a menor comiseração aos nossos governantes. Quem assiste a disputa dos catadores de lixo com os caminhões de coleta dos resíduos das ruas, das casas e dos edifícios fica triste e com uma sensação de náusea e culpa ao ver uma multidão de homens, mulheres e até crianças metendo a mão no lixo fétido e podre catando restos de papel, plásticos, garrafas e outros dejetos, para vender e apurar alguns trocados para saciar a sua fome.

            Essa multidão de excluídos sociais, quase todos, famélicos, vestindo trapos, nos remete aos programas demagógicos do nosso governo federal que desvia bilhões de reais do Produto Interno Bruto (PIB) para o Bolsa Família, Bolsa Escola, Fome Zero e outros desperdícios, justamente, para evitar o espetáculo deprimente pensando que estão resolvendo o problema dessas infelizes criaturas que disputam com os urubus o fundo do poço da miséria humana.

            Aplicam-se a teoria de Pilatos: lavam-se as mãos para um grave problema. O ex-presidente Lula, quando governava o Brasil, em sua empáfia, cantava em prosa e verso que fazia a sua parte e até dizia que exportava o modelo para outros países. Os governantes estaduais e municipais ainda alegam que não são os responsáveis pela miséria desses farrapos humanos.

E, nós, que pagamos altíssimos impostos, vamos continuar a ver os coitados dos párias sociais sendo enterrados na lama da improbidade administrativa.

(*) José Batista Pinheiro é coronel reformado do Exército Brasileiro 

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