Bancários e seu Sindicato

                                                             

José Carlos Alexandre

Continuo a abordagem do 86º aniversário do Sindicato dos Bancários de BH e Região. O Sindicato sempre primou pela solidariedade para com outras categorias de trabalhadores. Durante anos fui testemunha de sua destacada atuação no movimento sindical. 

Antes de 1964, onde se destacavam o trabalho de Armando Ziller, João Alves Vieira, Boggione (ah, grafias de nomes, posso estar enganado!), Fausto Drummond, dentre outros.
Depois, quando surgiram outros igualmente dispostos a levar adiante a categoria, sempre aliada aos mais autênticos sindicalistas que surgiram pós a ditadura como Arlindo Ramos. 

Certa época, Fausto montou um bar na parte de baixo do prédio do Sindicato e propiciou, com a medida, o encontro quase obrigatório de sindicalistas de todos os quadrantes, por lá à noite...

O próprio  Partido dos Trabalhadores deve seu surgimento também a reuniões na sede da Rua Tamoios com Paraná. 

Numa delas fui apresentado do sindicalista do ABC, Lula, com sua capacidade de dizer ao auditório o que  dele se esperava, com certa virulência...Até com críticas ácidas a parte da esquerda que no futuro lhe seria total ou parcialmente aliada...

Como ao PCB, que tinha entre seus militantes um irmão do futuro presidente da República, o "Frei Chico"...

Era necessário fragmentar a esquerda para a fundação de uma nova organização...
                                                                         
Quero  hoje falar justiça a alguns nomes que se somaram ao do sindicalista-deputado estadual Armando Ziller (foto), como o próprio João Vieira, o Antônio Lopes de Faria (brilhante advogado trabalhista e meu colunista preferido no jornal "O Tempo".

Negociações e mais negociações com a parte dialogável da Igreja Católica, principalmente depois do papa XXIII, tornou perfeitamente viável a dobradinha da AP com o PCB, garantindo os melhores momentos para o Sindicato e para o sindicalismo nacional , onde os bancários se destacavam.

Certa época tive um grande aprendizado, com o acesso à história do sindicato e, portanto, ao próprio desenrolar do sindicalismo mineiro, desde o surgimento do apaixonado pela Bíblia, o comunista Armando Ziller, dirigente da grande central do sindicalismo mundial, então com sede em Praga, a Federação Sindical Mundial.

Ao assumir funções internas na imprensa, perdei contato com os sindicatos, posto que fui trabalhar num dos setores que me deixam  à vontade com a ascensão e queda dos movimentos trabalhistas e sociais do mundo, ao assumir a Editoria Internacional de um dos veículos de comunicação em voga à época, até o seu patético fechamento.

Não mais tenho contato com o Sindicato.
                                                                            
A última vez em que lá fui foi justamente para emocionar-me com homenagens que a diretoria de então prestou ao seu fundador e principal condutor, Armando Ziller, ex-deputado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, levado pelos bancários, com o apoio  de todos os trabalhadores a quem sempre defendeu com riscos à própria vida , como aconteceu num episódio em Nova Lima, nos anos 40.

Salve o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de BH.




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