Moscou em tempo de comícios: eleições dia 4

                                                              
Hoje, 23 de fevereiro, feriado na Rússia e em que se assinala o Dia do Defensor da Pátria, nas maiores cidades do país tiveram lugar comícios dedicados às próximas eleições presidenciais. Os maiores decorreram em Moscou . No estádio Lujniki concentraram-se os apoiantes de Vladimir Putin; no centro da cidade realizaram-se comícios de apoio aos candidatos Vladimir Jirinovski (Partido Liberal Democrata) e Guennadi Ziuganov (Partido Comunista).

Falta apenas uma semana e meia para as eleições e os candidatos utilizam ao máximo as suas possibilidades, nomeadamente através de ações de rua. Os comícios realizados hoje tiveram um certo simbolismo, já que se realizaram no feriado dedicado aos atuais e ex-militares, tendo todos os candidatos se referido a esse tema nos seus discursos.
Os primeiros a manifestarem-se foram os adeptos de Vladimir Putin, que começaram por efetuar uma marcha pela marginal da capital, tendo depois se concentrado no estádio Lujniki . Segundo os dados oficiais, no estádio estavam 130 mil pessoas. Vladimir Putin veio pessoalmente agradecer aos seus apoiantes e fez um discurso perante os manifestantes.
“Não obstante o tempo frio, muitos vieram aqui, dezenas de milhares de pessoas. Gostaria de chamar a atenção que vieram as pessoas mais diferentes, de idades, etnias e confissões religiosas diferentes, homens e mulheres. Também é simbólico o fato de nos termos juntado hoje, 23 de fevereiro, no Dia do Defensor da Pátria. É que nós todos somos nestes dias defensores da nossa Pátria. Nós viemos aqui hoje para dizer que amamos a Rússia. Pessoas como nós, que partilham as nossas ideias, não são dezenas de milhares no país, são dezenas de milhões. Nós todos juntos estamos prontos a trabalhar para o bem do nosso grande país. Estamos prontos não só a trabalhar, mas a defendê-lo”, – disse Putin.
Vladimir Putin, tal como ontem no encontro com os militares, voltou a dizer que a interferência de forças externas no processo político interno do país é inadmissível, tendo comparado as atuais eleições com a defesa de Moscou contra Napoleão em 1812.
“Não permitiremos que ninguém interfira nos nossos assuntos, não permitiremos que alguém nos imponha a sua vontade. Nós temos a nossa vontade, vontade que sempre nos ajudou em todos os tempos. Nós somos um povo-vencedor, isso está em nossos genes, em nosso código genético, se transmite de geração em geração. Agora também venceremos. Precisamos de vencer e de ultrapassar um grande número de problemas que, tal como em outros sítios, também temos de sobra. Se trata da injustiça, dos subornos, da malcriação dos funcionários públicos, da pobreza e da desigualdade. Sonho que cada pessoa do nosso país, seja um alto funcionário, seja um simples cidadão, possa viver de forma justa, segundo a sua consciência. Isto nos fará bastante mais fortes. Pedimos que não olhem para o estrangeiro, que não corram para a esquerda, para o lado, que não atraiçoem a Pátria, mas que fiquem connosco trabalhando para o país e para o povo, que amem o país tanto quanto eu, de todo o coração. Este ano iremos assinalar os duzentos anos da Batalha de Borodino. A luta pela Rússia continua mas a vitória será nossa”, – disse Vladimir Putin.
Os apoiantes do primeiro-ministro vieram de várias cidades do país. Os organizadores da marcha e do comício já disseram que estão prontos a pagar uma eventual multa por terem excedido o número declarado de participantes.
Os comícios a favor dos outros candidatos presidenciais foram mais pequenos. O líder do Partido Liberal Democrata, Vladimir Jirinovski, juntou na praça Puchkin apenas 1500 pessoas.
Os apoiantes do líder comunista, Guennadi Ziuganov, concentraram-se não muito longe do Kremlin, junto ao teatro Bolshoi. Tanto um político como o outro criticaram, como é já costume, a política económica e social do governo.
Houve ainda outra manifestação no norte de Moscou, junto ao Centro Nacional de Exposições. Os apoiantes do movimento Essência do Tempo, do cientista político Seguei Kurguian, manifestaram-se contra as chamadas “revoluções de veludo”, ou seja, contra as tentativas de exportar uma certa forma de democracia para a Rússia.(Com a Voz da Rússia)

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