Milhões de crianças marginalizadas


Manuel Munoa/Prensa Latina/Divulgação
                                         Milhões de crianças de todo mundo vivem em ambientes urbanos, e um número crescente deles enfrentam  situações de marginação e privações, assinalou hoje José Juan Ortiz Brú, representante de Unicef em Cuba.

Muitos destes meninos nem sequer existem nas estatísticas e são mais vulneráveis, desequilíbrio que se agrava com o aparecimento dos chamados bairros emergentes, onde carecem de serviços ou direitos básicos, como água potável , assinalou.


Ao apresentar o relatório sobre o Estado Mundial da Infância 2012, Ortíz ressaltou a necessidade de investir nos mais necessitados, e desenhar políticas públicas em longo prazo baseadas na equidade, e incluam, por lei nacional as necessidades dos meninos.



Recomendou traçar estratégias que cheguem a todos, focalizando as políticas públicas em base à infância, eliminando as barreiras de exclusão. A exclusão fomenta a violência, assinalou.



Não se pode medir o desenvolvimento da infância em custos econômicos, a garantia de direitos é única e universal, manifestou Ortíz.



Assim mesmo propôs a necessidade de estabelecer vontade política por parte dos estados e governos para combater a equidade, já que disso depende o desenvolvimento humano. Não é uma questão de riqueza, é uma questão de decisão política, salientou.



Destacou que Cuba, um país com problemas econômicos conhecidos, é exemplo de decisão política, com uma sociedade equitativa, na que todos os meninos estão escolarizados e contam com assistência sanitária, disse.



Os governantes têm que assumir a responsabilidade de que sim se pode conseguir a equidade, e devem focar políticas destinadas à infância para conseguir um mundo mais justo, agregou.



O Relatório Mundial da Infância 2012 tem como título "As meninas e os meninos em um mundo urbano", e reflete as penúrias que sofre este grupo populacional em comunidades urbanas pobres, perpetuadas pelas médias estatísticas em que se baseiam os programas de desenvolvimento e as decisões sobre a designação de recursos.



Uma maior urbanização é inevitável. Segundo o relatório, dentro de poucos anos, a maioria dos meninos crescerão em cidades grandes e pequenas, e não nas zonas rurais. 60 por cento do aumento na população urbana corresponde a menores que nasceram nas cidades.



Unicef insta aos governos a outorgar aos meninos um lugar central nos processos de planejamento urbana, e a ampliar e melhorar os serviços para todos.



O estudo faz um apelo para reconhecerem em maior medida os esforços das comunidades e abordar a pobreza urbana, ademais oferece exemplos de associações efetivas com pessoas pobres das cidades, incluindo meninos, e adolescentes.

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