Trincheira do Flávio Anselmo
DERROTA EM SP TEM PÁGINA VIRADA E GALO AGORA SÓ FOCA JOGO NO SUL CONTRA CRICIÚMA PRA FICAR NO G-4
Enquanto Mano Meneses colhia os frutos da vitória do Corinthians por 2 a 0 na sua coletiva, à procura de convencer os repórteres e à torcida de que não é um técnico retranqueiro, do outro lado Levir Culpi elogiava o espírito de luta do Atlético, notadamente no segundo tempo, maldizia a dureza do placar, pra ele bem injusto.
Mano considerou como uma vitória pessoal e até dançou no gramado após o gol de Luciano, que ele colocara no jogo pouco antes. Levir transferiu os créditos aos seus atletas e, ainda, procurou acudir o goleiro Victor, numa pergunta cretina de um repórter que quis saber dele "se é normal um goleiro em nível de Seleção, falhar num lance como aquele que originou o segundo gol corintiano?"
-Claro que é normal, - respondeu Levir na sua fase zen japonesa - tanto que Victor falhou, o que não diminui sua condição de um dos melhores do país.
Na saída do vestiário, Victor, bem consternado, assumiu sua culpa e não procurou dar mais corda ao assunto.
Me pareceu, também, que a história do jogo é a mesma contada após qualquer clássico, quando um deles não aproveita as oportunidades e nem o bom momento que atravessa no jogo. Acaba sempre castigado. Foi o caso do Atlético. Começou bem, com a chance de fazer 1 a 0, numa linda jogada de Tardelli e Guilherme; este dominou no peito, tirou do goleiro Cássio, num chute forte, mas o zagueiro Gil cortou de cabeça em cima da linha de meta. De repente, o lado direito da defesa do Galo, Marcos Rocha e Léo Silva, danou a fazer besteiras uma atrás da outra.
Rocha errava nas saídas de bola e quase entregou um gol pra Guerreiro, que fustigava os dois. Léo Silva apavorado tirou uma bola das mãos de Victor e, ainda, discutiu com o goleiro. Depois foi na intermediária e trombou com Jeferson,que foi certo numa bola alta e acabou atropelado pelo companheiro de zaga. Tão estabanado estava que no segundo tempo, levantou a perna em excesso quase pegando o rosto de Guerreiro, a bola passou e sobrou pro atacante corintiano. Correndo atrás, Léo já mancava e teve que sair.
No primeiro gol corintiano, a bola veio da direita. Marcos Rocha ficou olhando pra ela e perdeu o rumo. Guerreiro subiu e não deixou a bola passar. Cabeceou firme, deu sorte, a bola pegou na trave, quicou em cima da linha e na volta, quicou já dentro do gol. Victor tentou tirá-la, mas já havia entrado. O gol mexeu com o Atlético.
Guilherme, com lampejos, Dátolo com disposição e Tardelli se movimentando muito esbarravam no ímpeto do Corinthians. Donizete, que atualmente tem visado mais o adversário que a bola, tentava anular as descidas do Timão nas costas de Rocha enquanto Josué cobriu as subidas de Douglas Santos pela esquerda. Mas isso não foi capaz de evitar o segundo gol paulista.Pra mim, num lance bem irregular. Antes já havia acontecido algo duvidoso sobre Dátolo. O meia recebeu um belo lançamento de Guilherme, entrou pela área e chutou forte. A bola foi na trave e no rebote, Dátolo acabou com ela. Tentou entrar na área pelo lado direito e me pareceu que teve o pé esquerdo tocado por Petrus, e ele caiu. O juiz mandou tocar.
No lance do segundo gol, Danilo cobrou falta pelo alto e Guerreiro, um corpo à frente da zaga, portanto impedido, cabeceou por cima de Victor que saiu do gol apavorado e a bola sobrou pra Luciano, este sim em condição legal, tocar para a meta vazia; 2 a 0.
A partida de volta será às 10 da noite do próximo dia 15, no Mineirão. O Atlético não deverá contar com o atacante Diego Tardelli, que defenderá a seleção brasileira, além do lateral-esquerdo Douglas Santos, que estará com o Brasil olímpico. Apesar de Tardelli ter afirmado que quer jogar e mesmo que chegue no dia da partida estará em campo. Levir Culpi ficou de examinar tal situação.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2 X 0 ATLÉTICO
Motivo: jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil
Estádio: Itaquerão, em Itaquera-SP
Árbitro: Pericles Bassols Pegado Cortez (RJ/FIFA)
Renda: R$ 1.495.296
Público: 27.457 pagantes
Cartões Amarelos: Elias, Petros, Cássio (Corinthians); Leonardo Silva, Luan, Josué, Marcos Rocha (Atlético)
Gols: Guerrero, Luciano (Corinthians)
Corinthians: Cássio; Fagner, Gil, Anderson Martins e Fábio Santos; Bruno Henrique, Renato Augusto (Danilo), Elias e Petros; Guerrero (Romero) e Malcom (Luciano). Técnico: Mano Menezes
Atlético: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva (Edcarlos), Jemerson e Douglas Santos; Josué, Leandro Donizete, Dátolo e Guilherme (André); Diego Tardelli e Carlos (Luan). Técnico: Levir Culpi
O BICHO NÃO FOI TÃO FEIO - O América conseguiu, nesta quinta-feira, uma importante vitória no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O time mineiro não evitou a punição pela escalação irregular do lateral-esquerdo Eduardo na Série B, mas diminuiu de 21 para apenas seis pontos a sua pena. A decisão no julgamento do Pleno do STJD se deu por unanimidade, por seis votos a 0. Ficou definido ainda que o Alviverde terá de pagar uma multa R$ 20 mil.
Com isso, o América, que estava na lanterna com 19 pontos, recuperou 15 e subiu para o décimo lugar, agora com 34 pontos.
Durante o julgamento do América, um post do advogado do Atlético, Lucas Ottoni, no Twitter, já criava ao time mineiro uma boa expectativa de que a pena inicial seria reduzida. "Informação de bastidor é que a pena americana será reduzida à perda de seis pontos. Aguardemos o desenrolar do julgamento", escreveu o advogado no microblog.
O América foi denunciado pelo Joinville, que acusou o clube mineiro de infringir os artigos 49 do Regulamento Geral das Competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que proíbem a escalação de um mesmo jogador em três competições organizadas pela CBF em uma mesma temporada. (Super FC)
TRINCHEIRA - Sou apenas um pitaqueiro em justiça desportiva, porque já não me interesso mais pela matéria. Aposentei como advogado há tempo. Mas tinha certeza absoluta do exagero que foi a punição de 21 pontos que a Comissão Disciplinar aplicou no América. O STJD, pleno, estabeleceu a justa punição. O clube errou e pagou com seis pontos a besteira que fez. Deixou a lanterna, está em 10º lugar e precisa de lutar muito pra subir de novo. Agora suas chances são maiores.
CRUZEIRO PISOU EM OVOS, MAS VENCEU ABC - Não foi uma vitória pra entrar no currículo do time alternativo de Marcelo Pacote Oliveira, mas serviu pra deixar o Cruzeiro com boa vantagem no jogo de volta, em Natal, contra o ABC, dia 15. Não levou gol do adversário e, ainda, marcou 1 a 0, gol de cabeça do zagueiro Léo, já no segundo tempo. O ABC, atualmente comandado por Moacir Júnior, ex-Coelho, armou um forte esquema defensivo pra pegar os azuis numa única bola na velocidade de seu contra-ataque puxado pelo jovem lateral Madson, bom de bola, cheio de qualidades, de 23 anos e revelado pelo Bahia. O moço andou dando uma canseira danada pelo lado esquerdo da defesa cruzeirense.
FOGUETE MOLHADO - O gol saiu apenas depois das alterações, quando entraram Ricardo Goulart e Marcelo Moreno, mesmo assim com o freio de mão puxado. Visivelmente o Cruzeiro poupou-se pro clássico contra o Internacional, que tem características de decisão do Brasileiro, líder contra vice-líder. Ficou patente mais uma vez: com Dagoberto e Borges no time não dá pra vencer nem o Fluminense da Rua do Sal de Caratinga. E que Marlone, a grande revelação do Vasco, adquirido como esperança, tá que nem foguete molhado.
Comentários