Cinco destaques da Rússia nas áreas de ciência e tecnologia
Em outubro, a rede russa de telescópios Master descobriu um novo asteroide que pode futuramente colidir com a Terra Foto: AFP/East News
Viktória Zaviálova, Gazeta Russa
Da morte prematura de lagartixas enviadas ao espaço às tentativas de clonar um mamute, o ano que está terminando foi produtivo para a Rússia nas áreas de ciência e tecnologia. Confira abaixo os cinco eventos científicos mais notáveis de 2014 selecionados pela Gazeta Russa.
1. Lagartixas russas e sexo no espaço
Em julho deste ano, cientistas enviaram ao espaço o biossatélite “Foton-M4” – um satélite artificial que transporta seres vivos a fim de pesquisar o efeito dos voos espaciais sobre eles. A bordo estavam cinco lagartixas, algumas drosófilas, ovos de bicho-da-seda, cogumelos e sementes de plantas.
O principal objetivo do experimento em questão era testar os efeitos da microgravidade sobre o comportamento sexual das lagartixas, porém, a missão terminou de forma trágica: o dispositivo retornou à Terra em setembro com todas as lagartixas mortas.
A Academia de Ciências da Rússia não conseguiu determinar as causas da morte em massa. Por enquanto, os cientistas falam de um “fator desconhecido do espaço” – possivelmente um vírus ou uma bactéria. Outra teoria sugere que as lagartixas haviam morrido por hipotermia.
2. YotaPhone 2
Neste ano foi lançado no mercado mundial o primeiro celular russo com duas telas: o YotaPhone 2. Segundo Vladislav Martinov, diretor-geral da fabricante Yota Device, o novo modelo define uma nova tendência no mercado de smartphones. Tanto é que a empresa pretende criar uma nova categoria de dispositivos e está disposta a licenciar o conceito de ‘smartphone de duas telas’ para outros desenvolvedores.
O primeiro modelo do smartphone YotaPhone não teve grande demanda no mercado mundial e chegou a ser apelidado de “tijolo sem graça” pela imprensa europeia. Martinov alega, contudo, que o primeiro YotaPhone era apenas um modelo piloto para aqueles que estivessem interessados em experimentar um novo tipo de dispositivo.
3. Plâncton na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês)
No final de agosto, os cosmonautas russos Oleg Artémiev e Aleksandr Skvortsov fizeram uma descoberta surpreendente: eles encontraram traços de plâncton marinho na superfície da ISS, praticamente no espaço aberto. A descoberta intensificou o debate em torno da sobrevivência de microrganismos e bactérias no espaço.
Diante dos cientistas surgiu, portanto, a questão da segurança das pessoas durante um futuro voo a Marte. Se essas bactérias conseguiram sobreviver e sofrer mutações no espaço aberto, o sistema imunológico enfraquecido dos astronautas poderá não ser capaz de combater infecções no espaço.
4. Asteroide 2014 UR116
Em outubro, a rede russa de telescópios robóticos Master descobriu um novo asteroide: o 2014 UR116, que representa uma ameaça potencial para a Terra. O seu tamanho é 20 vezes maior do que o do meteorito de Tcheliábinsk, que colidiu com o nosso planeta em fevereiro de 2013. A trajetória do corpo celeste irá passar perto de Vênus e Marte, mas existe a chance de o asteroide sofrer um desvio em direção ao nosso planeta.
5. Clonagem de mamutes
Em setembro, cientistas russos iniciaram os trabalhos relacionados à clonagem de mamutes. O Centro Internacional para Uso Coletivo de Paleontologia Molecular, cuja finalidade é o estudo de células de animais pré-históricos, foi inaugurado na Iakútia, uma das regiões mais setentrionais do país.
No interior dessa região, foram encontrados 75% de todos os fósseis de mamutes conhecidos no mundo, e a cada ano surgem novos exemplares de animais congelados. Depois que o laboratório for complementado com o equipamento genético necessário, os russos pretendem começar a trabalhar no isolamento de DNA e clonagem de mamutes. (Com a Gazeta Russa)
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