Agressão contra Venezuela utiliza estratégias usadas no Chile, Líbia e Ucrânia


                                                                             streetwrk.com (CC BY-ND 2.0)

A escalada de agressões diplomáticas, econômicas e midiáticas contra a Revolução Bolivariana são as mesmas promovidas contra a Líbia, Ucrânia e nos anos 70 contra o Chile.

A guerra narrativa impulsionada pelas transnacionais midiáticas, nos exemplos citados e agora contra o país caribenho, é construída sobre a tese de um Estado falido e pária como desculpa para legitimar uma intervenção armada e mudança de governo.

Financiadas e planejadas no exterior, as ações de desestabilização em cada país foram colocadas em prática por partidos políticos, setores acadêmicos e eclesiásticos pró-imperialistas, opositores aos governos locais.

A exigência de Richard Nixon a seu secretário de Estado, Henry Kissinger, de "fazer a economia chilena gritar", para submeter o governo socialista de Salvador Allende, parece se manter atualmente.

O presidente Donald Trump ameaçou nesta segunda-feira aplicar "medidas econômicas fortes e rápidas" contra a Venezuela se a Assembleia Nacional Constituinte é realizada em menos de duas semanas.

Segundo a versão da mídia sobre a "Revolução Laranja" na Ucrânia, foi a pressão dos "jovens universitários e estudantes secundaristas" que derrubaram o presidente Vikctor Yanukovich por sua oposição ao Acordo de Associação e Livre Comércio com a União Europeia. Os governos mais influentes acusaram Kiev de atentar contra os manifestantes.

Matérias da época diziam que "nas manifestações se observava o uso cada vez mais generalizado de meios de proteção improvisados e profissionais como capacetes, coletes e inclusive escudos". Nas últimas semanas todos os protestos terminavam em distúrbios.

Na Venezuela, o chamado "exército templário" está formado no imaginário construído nas redes sociais, principalmente, por jovens que lutam contra a "ditadura" que os oprime. Os assédios às instalações militares e os crimes de ódio são desculpados e naturalizados como "defesa própria".

Os símbolos e a aplicação do manual do golpe suave de Gene Sharp, na Ucrânia e Venezuela, são escandalosamente similares.

O ponto decisivo do conflito na Líbia, que terminou no assassinato de Muammar Al Gadafi, foi a criação do Conselho Nacional de Transição (CNT) formado por políticos opositores servis a Washington e ex- funcionários de alto nível do governo derrubado. 

Antes disso, a crise foi intensificada por uma revolta violenta de vários dias em Bengasi, uma zona de opositores, e a denúncia de que as forças armadas atacaram os manifestantes pacíficos.

A coligação antichavista reunida na "Mesa da Unidade Democrática (MUD)" anunciou a formação de um governo paralelo após organizar uma consulta interna tipo plebiscito, no qual simbolicamente "o povo" desconhece o governo democrático de Nicolás Maduro e suas instituições.

Freddy Guevara, vice-presidente da Assembleia Nacional (AN) e coordenador do partido Vontade Popular assegurou nesta terça-feira através de seu twitter que não são o Estado paralelo", mas "somos o Estado Constitucional".

O próprio presidente da AN, Julio Borges, já havia anunciado o chamado a "juramentar" os novos integrantes do Tribunal Supremo de Justiça e do Conselho Nacional Eleitoral.

A oposição venezuelana ainda não decidiu que nome vai dar ao "novo governo" paralelo que tentam instalar. Até o momento seus porta-vozes se referem ao governo de unidade nacional ou governo de transição.

O presidente Nicolás Maduro semanas atrás advertiu que "o imperialismo havia proposto gerar uma comoção e em meio a isso, derrubar o governo legítimo para impor uma junta de transição".

(Com a AVN/Diário Liberdade)

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