Declaração completamente desrespeitosa contra o presidente Vladimir Putin da Rússia
O Kremlin considera ofensivas inaceitáveis sobre as declarações do chefe do Ministério das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, que comparou a Rússia com a Alemanha nazista bem próximo do início da Copa do Mundo, afirmou nesta quinta-feira (22), Dmitry Peskov, o porta-voz do presidente da Rússia.
Na quarta-feira (21), durante reunião da Comissão Parlamentar de Assuntos Internacionais, o deputado Jan Austin afirmou: "Putin pretende usá-la [Copa do Mundo] igual Hitler usou os Jogos Olímpicos de 1936", acrescentando que se trata de um "jogo publicitário". Por sua vez, Boris Johnson apoiou seu colega e concordou com a comparação.
"Trata-se de uma declaração completamente desrespeitosa, que não encaixa no comportamento de um ministro das Relações Exteriores, de qualquer país", assinalou Peskov.
"Sem dúvidas, ela [comparação] é ofensiva e inaceitável", acrescentou o porta-voz.
Anteriormente, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, também qualificou como inaceitável e desonroso para o chanceler de um país europeu fazer a comparação da Copa do Mundo russa com as Olimpíadas de 1963.
"Quaisquer comparações deste tipo do nosso país, que sacrificou milhões de vidas na luta contra o nazismo, que combateu o inimigo em seu território, e depois que libertou a Europa, são absolutamente inaceitáveis e desonrosas para um chanceler de um país europeu", escreveu Zakharova em sua conta no Facebook.
De acordo com ela, agora não restou nenhuma dúvida de que todas as ações de Londres quanto à Rússia, visam criar a imagem de um inimigo e inventar para isso quaisquer declarações, até mesmo as mais absurdas.
"Dá para perceber o curso que os políticos britânicos tomaram para a sabotagem completa da Copa do Mundo na Rússia", acrescentou a diplomata.
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"Diferente do caso Skripal, onde devido à recusa de Londres de apresentar informações […], é evidente que Boris Johnson foi envenenado com ódio e raiva, falta de profissionalismo e insolência. Dá medo de lembrar que essa pessoa representa as autoridades políticas de um país nuclear, que carrega responsabilidades especiais por suas ações no palco internacional e pela manutenção da paz", ressaltou.
O ex-espião Sergei Skripal e sua filha foram encontrados inconscientes em um banco em um centro comercial em Salisbury, em 4 de março. Londres afirmou que o produto químico usado para envenená-los foi feito na Rússia, sem fornecer nenhuma prova, no entanto. O ex-coronel da GRU foi julgado na Rússia por passar informações críticas para o Mi6 do Reino Unido. Contudo, em 2010, durante troca de agentes secretos, Sergei Skripal foi entregue ao Reino Unido.
A notícia sobre a morte do ex-espião russo Sergei Skripal provocou uma tensão nas relações entre Moscou e Londres após a primeira-ministra Theresa May ter acusado a Rússia de estar envolvida no atentado contra o ex-oficial. Moscou negou veementemente qualquer envolvimento.
(Com Sputnik News)
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