Jornalista brasileiro é vítima da violência policial no Chile. Victor Saavedra estava na cobertura dos protestos de segunda-feira, no centro da capital chilena

                                                   


A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), entidade máxima de representação da categoria, vem a público denunciar a violência das forças policiais do Chile que, na noite desta segunda-feira, 28, vitimou o jornalista Victor Manuel Caricari Saavedra, que está no país vizinho a serviço do portal de notícias Carta Maior.

O jornalista brasileiro foi atingido na perna por uma bala de borracha. O policial disparou a arma, de uma distância de cerca de 10 metros, mesmo depois de Victor gritar que era jornalista e mostrar a câmera fotográfica.

Victor estava na cobertura dos protestos de segunda-feira, no centro da capital chilena, desde a metade da tarde. Como outros jornalistas, procurava manter-se entre os policiais e os manifestantes, mas respeitando a zona de segurança delimitada pelos policiais.

Ele já havia se identificado aos policiais, apresentando seu documento de identidade, a Carteira de Jornalista emitida pela FENAJ e também o documento de salvo-conduto que recebeu para poder trabalhar durante o estado de emergência. 

Aproximadamente às 19 horas da segunda-feira, num momento de repressão policial aos manifestantes, ele foi alvejado. Segundo relatou, o policial sabia que ele era jornalista.

O jornalista brasileiro procurou o Colégio de Jornalistas do Chile para registrar a violência sofrida e vai também denunciar o caso ao Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile, que está fazendo o levantamento dos casos de violações dos direitos nesse período de tensão social.

A FENAJ está solidária a Victor e também aos jornalistas chilenos e estrangeiros que estão igualmente sob ameaça, em razão da violenta repressão do Estado chileno às manifestações populares. 

A FENAJ recorreu à Embaixada do Chile no Brasil, solicitando que o trabalho dos jornalistas seja respeitado, assim como o direito à livre manifestação.

Brasília, 29 de outubro de 2019.

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