FUTEBOL É COM FLÁVIO ANSELMO
BRASIL REPETE PARAGUAI APÓS GOLEAR EQUADOR
Vêm aí os indigestos e terríveis paraguaios de Roque Santa Cruz, Waldês e Barrios. Mal nos curamos do susto que nos deram na primeira fase: o Brasil empatou em 2 a 2 com gol de Fred no finalzinho da partida. A goleada de 4 a 2 sobre os equatorianos nos deu o primeiro lugar do grupo B, graças, também, ao empate (3 a 3) entre paraguaios e venezuelanos. Este um confronto de arrepiar!
Aos 40m do segundo tempo, o time guarani fez 3 a l e imaginou que havia liquidado a fatura. Qual o quê! Em três minutos, a Venezuela recuperou o fôlego e marcou duas vezes. Final sensacional, cheio de dramaticidade.
No nosso jogo, Neymar e Pato brilharam, marcaram dois gols cada, mas a noite foi mesmo de Maicon. Voltou em alto estilo à lateral direita. Produtivo e sério, ao contrário de Daniel Alves que é cheio de firulas e de estilo. Robinho negou fogo, de novo, porém como peixe de Mano Meneses foi até o final do jogo.
Nosso ponto fraco foi a defesa e, principalmente, o excelente Júlio César, seguido por outra fera Thiago Silva. O beque marcava mal e não acompanhava o atacante Caicedo. E este chutava de fora da área e Júlio César segurava o peru pelas penas. Com certeza, o goleiro da Internazionale de Milão jamais esquecerá esta triste noite de Córdoba. Não foi mais triste porque Pato esteve infernal e Neymar acordou.
As quartas de final começam no sábado com o clássico Argentina x Uruguai, acompanhado de Colômbia x Peru. No domingo, tem Brasil x Paraguai e mais Chile e Venezuela. Se houver empate, prorrogação e penais. Só existe a chance do Brasil cruzar com Los Hermanos na final.
De repente, a luz do garoto Anselmo Ramon apagou-se. Justo no momento que ela começava a brilhar e ele deixava o casulo e se preparava pra alçar voo. Cuca já confiava no futebol do rapaz ao pedir demissão. Veio Joel Santana que, com certeza, não o conhece bem e preferiu apostar nos medalhões Brandão, Thiago Ribeiro, Wallyson e Ortigoza.
O experiente Papai Joel esqueceu-se da metáfora árabe: “cavalo ganhou uma vez, sorte; ganhou duas vezes, olho no cavalo; ganhou três vezes, aposte no cavalo”.
Ah, direis: quantas vezes Anselmo Ramon ganhou ou quantos gols fez pra Joel apostar nele? Por isso que se trata, ainda, de uma metáfora. Caso fosse realidade, o Senador já o teria passado nos cobres pro futebol europeu.
O que não pode é ser ignorado e encostado como outros tantos garotos foram. Brandão e Ortigoza, por exemplo, têm tanta moral com os treinadores que vêm e que vão que basta qualquer um deles fazer um lance perigoso, uma assistência, numa partida inteira e ganha a camisa titular ou um lugar no banco de reserva.
Anselmo Ramon já fez tudo isso, fez gol, caiu nas graças da torcida e no esquecimento da Comissão Técnica.
Que nem escrevi sobre o argentino Farias. Cuca perdeu a paciência com ele e o mandou treinar à parte. Ganha sem trabalhar duro. O novo treinador já testou Ernesto Farias? Vou lembrar ao Joel Santana, na época jogador doVasco da Gama, um episódio promovido pelo técnico Orlando Fantoni e o zagueiro Abel, hoje técnico Abel Braga, do Fluminense. Fantoni deixou o América daqui, após uma campanha brilhante no Brasileiro, e foi para São Januário. No primeiro dia de trabalho viu Abel sentado na arquibancada, desconsolado. Havia brigado com a diretoria e fora afastado do elenco. Tio Orlando foi até ele, fingindo que ignorava o assunto. “Que houve, meu filho? Porque você não trocou de roupa pra treinar?” Abel respondeu: “A diretoria me afastou, falei demais”. Fantoni colocou o braço no ombro do zagueiro e falou incisivo: “No time mando eu, e você será meu capitão e homem da minha confiança. Poderá falar à vontade que vou ouvir sempre”.
Abel trocou de roupa, foi treinar, virou capitão do Vasco, gritou e esbravejou o quanto quis como líder da equipe. Quando veio treinar o Cruzeiro, Abel sempre lembrava deste fato. Orlando Fantoni, o Tio Orlando, que Deus o tenha. Ótimo caráter! Meu amigo. Fantoni trabalhou comigo na Rádio Guarani como comentarista. Relatou-me o fato diversas vezes. Tantas que até decorei as palavras. (sic)
Quero dizer: às vezes a solução que se busca está ali de lado, ignorada. Joel Santana é quase da minha idade. Quando chegar no meu patamar terá mais experiência ainda.
Onde há fumaça, há fogo. Que me perdoem o lugar-comum. Não especulo e nem dou fé. Apenas comento o que um amigo meu, ligado à diretoria do Atlético, me disse: faltam apenas seis meses para Fabrício pular para o outro lado da Lagoa. Já confessou várias vezes o seu amor pelo Cruzeiro, e o Senador nem se coçou. Amor reprimido e esnobado vira sorvete de jiló com cobertura de boldo. Amargo paca! Com ironia, Fabrício revelou: “Agora depende da diretoria. Não posso ficar toda hora também implorando”. Tá certo!
Existem carpideiras que, ainda, choram a saída de Jonathan. O Senador cai na risada. O Cruzeiro ganhou boa grana na venda do atleta ao Santos e agora pega mais 2,5 milhões de euros com a sua ida pra Internazionale de Milão. Então, o Cruzeiro lucrou com Jonathan cerca 4,5 milhões de euros ou R$ 10,05 milhões.
O Santos pagou por ele 1,2 milhão de euros, equivalente a 30% dos direitos. Já a Teisa (Terceira Estrela Investimentos S/A) – sei lá que bicho é esse! - investiu 800 mil euros em 20% do passe.
Os papagaios da cobertura diária na Cidade do Galo botaram os olhos em Fábio Costa e logo imaginaram a melhor manchete. Talvez essa: “Fábio Costa volta em paz com Dorival”. Longe disso. Nem se cumprimentaram. Fábio foi autorizado a treinar na Cidade do Galo nos horários ociosos. Afinal, ele tem contrato com o Atlético até 31 de dezembro e nenhum outro clube se interessou por ele.
O dono real de seus direitos econômicos é o Santos. No Galo, Fábio Costa deixou uma triste memória: jogou 20 partidas e levou 28 gols. No Santos tem contrato até 2013. Até lá ganha sem trabalhar.
Quem apostava em Dudu Cearense como substituto de Richarlyson suspenso enganou-se. Toró parece encaixar-se melhor na função de terceiro zagueiro pretendida por Dorival Júnior. Nos dois últimos treinos da semana foi ele quem ficou na posição. Porém, Dorival prefere afirmar que levará a dúvida até antes da partida contra o Santos neste sábado à noite na Vila Belmiro. Segredinhos do futebol moderno.
Trabalho de Hércules que o experiente Antônio Lopes terá de executar pra levantar o Coelho, tirá-lo da 18ª posição e do perigo do rebaixamento. Os estatísticos prevêem que pra tanto o América terá de dobrar o seu aproveitamento atual que é de 25%. Segundo ele, o time pra não cair precisa de aproveitamento de 40%.
Dos 15 pontos disputados fora de casa, apenas um foi conquistado, o que representa aproximadamente 6%. Entretanto, como o seu rendimento de mandante, apesar de não estar entre os melhores do Brasileiro, é mais animador, Lopes tem grandes esperanças. Em casa, são cinco pontos em quatro jogos. Aproveitamento superior ao de seus adversários diretos na briga contra o descenso, como o Bahia, Avaí, Atlético-PR e o Atlético-GO.
Flávio Anselmo
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