FUTEBOL É COM FLÁVIO ANSELMO

SE DEPENDER DE APITO AMIGO, LASCAMOS.

Não posso comentar nem uma linha sobre o empate (0 a 0) do Coelho com o Figueirense. No sábado, eu participava do 13° Encontro Pontes de Assis em memória à tia Anita – irmã de dona Geralda. Se viva, faria 100 anos. Revi familiares, primos, agregados e um monte de gente amiga que não via há anos. O Encontro foi no Sesi Betim. Um belo local. Uma farra familiar inesquecível.
No domingo já me encontrava no barraco do morro da Abre Campo. Pude, então, acompanhar o rasgo que as arbitragens da dona CBF fazem a cada rodada nos times mineiros.
O Cruzeiro chiou pouco porque venceu.
O Galo cocoricou às alturas e com razão. Até pênalti fora da área o juiz deu. Num outro lance casual de braço na bola do Rever, ele marcou o primeiro pênalti, defendido por Geovanni. A falta de critério é tanta, que em São Paulo existiu lance bem pior na zaga corintiana e o juiz mandou tocar.
O paranaense Edivaldo Elias da Silva, que nunca vi mais gordo, caso não estivesse mal intencionado, teria de ser taxado de incompetente. Fraco. Sem condições de trabalhar em jogos da Série A. O de São Paulo, velho conhecido, rotulado de árbitro duro, que apita poucas faltas e deixa o jogo correr, parecia meu tio Carlito, saudoso marido de tia Anita, de tanto que soprava o apito.
Meu tio apitava na hora certa, o gaúcho apitava só para um lado. Verdadeiro guarda-roupa, três metros de altura, cinco de largura e oito de fundura, intimidava todos os azuis. 
Eduardo Maluf promete juntar vários recortes e vídeos pra levar ao diretor de árbitros da CBF Sérgio Correa. Sei lá se resolverá alguma coisa. O melhor é reforçar o time, conversar com o técnico Dorival Júnior, cortar mais na carne, e exigir respeito.
Aí Maluf morde e assopra: diz que contra o Vasco o time não foi bem; mostrou luta, vontade, porém esteve mal tecnicamente. Admitiu que a fase não é das melhores.  Tais circunstâncias não credenciam qualquer juiz a esculhambar o terreiro do Galo.
O Vasco de Ricardo Gomes teve uma estratégia bem definida. Segurar o Atlético, enervar a torcida alvinegra que lotava o Ipatingão,  e contra-atacar. Deu certo. No sufoco, os cariocas abriram a contagem aos 17m numa cabeçada do ex-atleticano Diego Souza. A intenção passou a ser segurar os mineiros até o intervalo. Deu não. Aos 40m, Magno Alves recebeu sozinho na área e empatou.
Rapaz, no segundo tempo o juiz e o Vasco voltaram encafifados. Diego Souza meteu uma bola na trave de Geovanni. Caprichosa, a danada quicou em cima da linha.  Dorival trocou Jonathas Obina e Daniel Carvalho por Neto Berola e Mancini. Nada adiantou. Aos 21m, pênalti de Rever. A bola bateu-lhe no braço, quase entrou e o soprador de apito deu pênalti. Alecsandro bateu e Geovanni fez grande defesa.
Essa defesa de Geovanni tocou lenha na fogueira. O Vasco era melhor e tratou de jogar água na fervura com ajuda do apitador. Leonardo Silva fez falta em Bernardo, aos 46m, fora da área. O paranaense deu pênalti que Diego Souza transformou em 2 a 1 para o Vasco. Ponto final. Amanhã, a choradeira prossegue. 
O esquema tático que o Cruzeiro mostrou diante do Corinthians, no Pacaembu, é o que mais me agrada. Especificamente nessa partida, a falta de outro volante de marcação – Leandro Guerreiro – de dois alas com força ofensiva e retorno imediato evitou resultado melhor. Nada a criticar, portanto, se Joel Santana exagerou na dose com três canhotos no meio e Gilberto visivelmente desinteressado e fora do jogo. Até porque, Roger e Everton jogaram o tempo todo pra ele.
Walter Montillo, também, demorou a entrar no ritmo ideal, como falso atacante e servidor de Walyson. Sem abandonar a responsabilidade de anular o volante adversário. Abriu mal do individual e apareceu bem no conjunto.
A substituição de Vitor por Ortigoza foi planejada, e mal executada pelo jogador. Entrou e não fez nada, a não ser correr alopradamente. Atentem pra melhoria do esquema na próxima partida contra o Atlético Goianiense, no Serra Dourada. Pena que Eder saiu machucado e não sei se volta a tempo. Gilberto está fora, suspenso, e talvez dê para Diego Renan.
Possibilidade para Joel Santana escalar Guerreiro, Fabrício e Paraná. Vitor, que teve uma melhora considerável no Pacaembu e Diego Renan; Roger, Montillo e Walyson para o ataque.
Aliás, é deslustrar desnecessariamente a beleza do gol de Walyson ao afirmar que ele foi sem querer. Revejam o lance. Antes de chutar, Waly olhou a posição de Renan e bateu por baixo da bola, sem muita força. Colocada. Pra encobrir o goleiro corintiano. Gol de talento.
O tal gaúcho Vuaden lapidou a tentativa corintiana de furar o bloqueio azul através de  faltas inexistentes, cartões exagerados e pênalti não marcado. Sem falar no impedimento anotado, inexistente, em lance que Montillo sairia na frente do goleiro Renan.
A expulsão de Gilberto no meio da fase final, eu culpo o atleta, o treinador, e a divido com o critério duvidoso das arbitragens tupiniquins.
Gilberto estava amarelado e apagado. Devia ter saído. Foi deixado em campo e levou o segundo cartão. Expulsão. Tudo certo! E os corintianos amarelados que não tiveram o mesmo destino? 
O maior auxiliar do árbitro Leandro Vuadem foi o zagueiro Leandro Castán, ex-Atlético, dispensado daqui por incompetência técnica. Apitou o jogo! Entrou duro, encarou Gilberto e Montillo, desentendeu-se com o argentino; Ambos levaram seus amarelos.
Minutos depois, Fabrício saía jogando pela lateral direita e foi derrubado por Castán. O apitador Vuadem afinou, pois o corintiano já estava amarelo. O pior: Castán deu um tapa no rosto de Fábio - na realidade, de novo, São Fábio – e o trio de arbitragem fez que não viu nada.
O que se esperava aconteceu: o Uruguai campeão da Copa América arrasou com o inexpressivo Paraguai, rei dos empates, por 3 a 0, numa jornada inspirada da dupla Luis Suárez e Diego Forlan,  no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, que se preparou pra sediar a final provável entre brasileiros x argentinos. O caneco foi levantado pelo ex-sãopaulino Lugano. Agora a Celeste tem 15 conquistas da Copa América.
Com dois gols na partida, Forlán, se tornou o maior artilheiro da história do país com 31 gols ao lado de Scarone. Igualou o feito do pai e do avô: o jogador é neto de Juan Carlos Corazzo, campeão da Copa América como técnico em 1959, e filho de Pablo Forlán, vencedor como atleta em 1967. O Peru ficou com o terceiro lugar: goleou a Venezuela por 4 a 1 no sábado.

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