Jovem com microcefalia se forma em jornalismo
O sonho considerado impossível de acontecer foi realizado para uma família de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Ana Carolina Dias Cáceres, hoje com 24 anos, foi diagnosticada com microcefalia quando ainda era bebê. Depois de sete cirurgias, recebeu o diploma de jornalista na noite dessa terça-feira (15), em uma universidade de Campo Grande.
“Sinto felicidade extrema […] Para as mães que já são grávidas eu diria para procurarem informação, quanto melhor informado sobre a microcefalia, mais a criança vai ter chance de fazer o que está acontecendo comigo”, observou.
O diploma tem um significado especial para toda a família, que temia sequelas graves por conta da condição rara de Ana Carolina. O pai Ermínio Cáceres lembra das dificuldades e das dúvidas que surgiram logo após o diagnóstico da microcefalia.
“A gente não sabia se ela ia andar, se ela ia falar, se ia ouvir e hoje esta aí, como vocês estão vendo, formada em jornalismo. Fez o curso tranquilamente, tudo de bom”, disse emocionado.
Infância
Ana Carolina teve a infância marcada por cirurgias, cuidados redobrados com a saúde e muita superação por conta da microcefalia, um dos assuntos mais discutidos nos últimos meses por ter relação com o zika vírus.
“Quando era bebê ela sofreu muito porque foram várias cirurgias que teve que fazer. Teve convulsão, teve parada cardíaca, teve um monte de coisa e hoje ela está vencendo isso”, lembrou a tia, Ignácia Cáceres. Foram sete cirurgias, a primeira com nove dias de vida e com duas paradas cardíacas durante o procedimento. O preconceito e as diferenças também fizeram parte da fase de escola.
“Eu fui ter amigos mesmo só quase no último ano do ensino fundamental. Tinha certas coisas, por exemplo, que eu não podia fazer na escola como educação física. Então, eu ficava sentada. Só eu ali, no cantinho, e o resto do pessal brincando”, explicou.
Superação
A superação ganhou as páginas de um livro, escrito por Ana Carolina como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Para escrever o “Selfie, em meu autoretrato, a microcefalia é diferença e motivação”, a jovem contou a própria experiência e ouviu relatos de outras cinco famílias que também convivem com a mesma condição. (Com a ABI)
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