Brasil é o quinto país mais perigoso para jornalistas, aponta relatório
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Brasil teve 116 registros de violações à liberdade de expressão em 2015
Na última segunda-feira (22/2), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou um novo relatório sobre a liberdade de imprensa no país e aponta que em 2015 o Brasil se mostrou um dos países mais perigosos para a atividade jornalística, com oito mortes de profissionais.
Segundo um levantamento da Press Emblem Campaign (PEC), organização não governamental com sede na Suíça, o Brasil ocupa a 5ª colocação como a região mais letal para os jornalistas e está à frente de nações em guerra, como a Líbia, o Iêmen e o Sudão do Sul. Além das mortes, foram registradas 64 agressões. Somados os casos de ameaças, intimidações, vandalismo e ataques, foram 116 registros de violações à liberdade de expressão.
Ao todo, foram seis assassinatos no Nordeste: dois no Maranhão, e um em Alagoas, Bahia, Ceará e Pernambuco. Integram a lista os estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, também com um homicídio cada. Grande parte das agressões ocorreram no Sudeste; das 64, 21 foram na região, especialmente em São Paulo (10) e Rio de Janeiro (7). Já as ameaças estão distribuídas por várias regiões do país.
Entidades internacionais batizaram como "novembro negro" a sequência de mortes que ocorreram no Brasil naquele mês — três profissionais de comunicação (um radialista em Pernambuco e dois blogueiros no Maranhão) foram assassinados em apenas 11 dias.
"A violência contra a imprensa é um dos grandes problemas da atualidade porque tem um significado que vai muito além do assassinato e das agressões individuais contra jornalistas. É uma brutalidade que gera um ambiente de medo, intimida e provoca a autocensura", destaca o documento.
De acordo com a entidade, os principais agressores são os alvos de apuração jornalística. Em seguida, vêm policiais e manifestantes. Nos julgamentos ou condenações judiciais, estão incluídos casos de homicídios de jornalistas ocorridos em anos anteriores, mas que tiveram andamento na Justiça. Entre os insultos, estão casos de racismo.
Diferente dos relatórios anteriores, quando os dados são registrados de outubro a outubro, a Abert fez um ajuste do período desta edição para contemplar os casos ocorridos ao longo de todo o ano, de janeiro a dezembro.
(Com o Portal Imprensa)
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