EUA aprovam construção de primeira fábrica norte-americana em Cuba em mais de 50 anos (Eu costumo brincar com um sobrinho jornalista que gostaria de ver uma loja do McDonald no Parque Lenin...Vai acabar acontecendo. José Carlos Alexandre)
Investimento, que pode chegar a US$ 10 milhões, será o maior aporte financeiro de uma empresa dos EUA na ilha desde a Revolução Cubana; empresários irão construir tratores em zona econômica
O governo dos Estados Unidos aprovou nesta segunda-feira (15/02) a construção de uma fábrica norte-americana em Cuba, a primeira em mais de meio século. A medida marca mais uma etapa da reaproximação diplomática e econômica entre os dois países, iniciada em dezembro de 2014.
A empresa que recebeu autorização de Washington, composta por dois sócios no Estado do Alabama, é do ramo de máquinas agrícolas. Os empresários Saul Berenthal e Horace Clemmons foram notificados na semana passada pelo Departamento de Tesouro dos EUA e poderão construir 1.000 tratores por ano, entre outras máquinas do setor. Eles esperam começar as atividades no primeiro trimestre de 2017, porém aguardam a permissão do governo cubano.
A instalação da fábrica, avaliada entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões, será o maior investimento norte-americano em Cuba desde a Revolução Cubana, em 1959. A fábrica será construída em uma zona econômica especial na ilha, estipulada por Havana para atrair investimentos estrangeiros.
'Somos irmãos', diz papa Francisco ao se reunir com patriarca ortodoxo russo em Havana
“Tudo o que eu puder fazer para reaproximar os dois países e os dois povos é extremamente satisfatório”, afirmou Berenthal, engenheiro que nasceu em Cuba e se mudou para os EUA aos 16 anos. Os dois empresários afirmaram que projetam vender centenas de tratores para agricultores cubanos anualmente.
“Todos querem ir a Cuba para vender algo, mas não é o que estamos tentando fazer. Nós estamos olhando para o problema e como podemos ajudar Cuba a resolver os problemas que eles consideram mais importantes de se solucionar. Acreditamos que, a longo prazo, ambos ganhamos se fizermos coisas benéficas para os dois países”, afirmou Clemmons.
Os sócios disseram que, durante os três primeiros anos, irão importar insumos dos EUA. Cerca de 30 cubanos irão trabalhar na fábrica, com a projeção de, após cinco anos, o quadro chegar a 300 funcionários.
Os presidentes Raúl Castro e Barack Obama em diversas ocasiões pediram o fim do bloqueio econômico norte-americano a Cuba. As medidas recentes de reaproximação aliviam alguns pontos do bloqueio, porém Havana afirma que "o regime de medidas punitivas segue intacto".
Por se tratar de uma lei, o bloqueio imposto à ilha só pode ser totalmente suspenso com a aprovação do Congresso norte-americano, cuja maioria republicana se opõe à reaproximação com Havana.
(Com o Opera Mundi)
Comentários