Trump, de revés em revés
Trump sofre um duro revés. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos rejeitou o pedido da Casa Branca para encerrar o programa DACA, que defende da deportação os ‘dreamers’. Com esta decisão, o Tribunal Superior protege quase 700 mil irregulares, que poderiam ser expulsos do país.
A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 27-02-2018. A tradução é de André Langer.
O arcebispo de Los Angeles, José Gómez, mostrou-se cauteloso em relação à sentença, advertindo os deputados de que já depende deles “negociar e buscar acordos” para uma solução permanente para os “dreamers”, e que, dado que “as vidas de muitos” estão “por um fio”, os legisladores devem resistir “à tentação de continuar usando essa questão para o seu próprio benefício político”.
Em uma breve notificação, o Supremo Tribunal anunciou sua decisão de não admitir o caso e rejeitou, dessa maneira, um pedido do governo de Trump, que queria que o Supremo estabelecesse um precedente nacional e lhe permitisse acabar com o programa DACA (Ação Diferida para Chegada de Jovens Imigrantes).
Sem um precedente nacional, segue vigorando a decisão do juiz William Alsup, da corte do distrito norte da Califórnia, que em janeiro ordenou Trump para reativar o programa DACA para todo o país dos Estados Unidos e continuar recebendo pedidos de renovação até que todos os litígios pendentes sejam resolvidos. A decisão desse juiz da Califórnia e outro veredito emitido no início deste mês por um magistrado de Nova York impedem que Trump encerre o DACA em 5 de março, como havia planejado.
Na prática, a decisão do Supremo Tribunal dá mais tempo ao Congresso para criar uma lei migratória que concilie uma solução permanente para os “sonhadores” com alguns dos pedidos mais duros de Trump, que pede recursos financeiros para construir seu muro com o México e medidas que reduzam a entrada legal de imigrantes nos Estados Unidos.
A decisão da justiça estadunidense ocorre um dia depois que a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), liderada pelo cardeal Daniel DiNardo, de Galveston-Houston, declarara na segunda-feira, 26 de fevereiro, o Dia Nacional Católico de Telefonemas para Proteger os Sonhadores, para solicitar aos congressistas uma solução legislativa para os imigrantes que entraram no país como menores de idade.
“Estamos rezando para que o Espírito Santo mude os corações e abra as mentes de representantes e senadores no Congresso”, disse o cardeal Roger Mahony, arcebispo emérito de Los Angeles, depois que uma missa especial oferecida para apoiar os ‘dreamers’ na igreja Nossa Senhora Rainha dos Anjos, em La Placita. “Eles devem reconhecer que, aos olhos de Deus, nenhum ser humano é ilegal”, disse o prelado para centenas de fiéis, enfatizando que os sonhadores “não estão sozinhos” e que “estamos caminhando com eles, como povo de Deus”.
Como primeiro passo para abordar as questões mais amplas da política nacional que o programa de imigração, o arcebispo de Los Angeles, José Gómez, também exortou novamente os membros do Congresso para trabalharem para uma solução bipartidária que ofereça um caminho para a cidadania para os sonhadores. “Esses temas incluem melhorar a nossa segurança nas fronteiras e fazer reformas para modernizar o nosso sistema de vistos”, afirmou a máxima autoridade da Igreja católica nesta área. “Eu acredito firmemente que promover a unidade familiar deveria continuar sendo o núcleo da nossa política nacional de imigração”.
(Com o IHU)
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