Censura, pecado original
José Carlos Alexandre
Tenho travado desde a adolescência, uma luta surda ("luta surda", gostaram?) contra a censura. Por vezes, driblando-a, conforme a situação.
E não é que agora, quando já começo a pensar em parar de redigir estes bilhetes, me vem o tal de
Facebook me impor "tenaz" censura?
Por incrível que pareça está ocorrendo, ao impedir a transcrição de minha coluna "José Carlos
Alexandre Informa e Comenta".
Um texto nada pesado. Parece até pluma ou gotinha de água de tão desprovida de agressões, de
acusações indigestas ou de ofensas...
Mas a multinacional resolveu vetar e pronto!
Não vou ocupar o ministro da Justiça, dr. Sérgio Moro, com um pedido de socorro...
Contudo não deixa de ser estranhável...
Nos piores anos de nossas vidas, quando eu era ainda iniciante no jornalismo, tinha de aturar quando
trocavam a palavra camponeses por rurícolas...
Era na época em que não se podia mencionar no noticiário o nome do bispo dom Hélder Câmara, por
exemplo...
Antes já havia sido substituído na coluna sindical do jornal do PCB por publicar notícia sobre falta de
assento no local de trabalho de comerciários de uma cadeia de lojas, de propriedade de
"progressistas"...
Fui substituído pela Sucursal do jornal ("Novos Rumos"), passando a assinar outra coluna, com
pseudônimo.
Vou levando a minha luta (na imprensa) até hoje...
Se fosse contar os contratempos, 4, 5 volumes seriam poucos...
E olhe que trabalhei na rádio Mineira (demitido por ter dado a notícia da morte do presidente de
Angola. Agostinho Neto), Estado de Minas, Diário da Tarde, O Debate, Novos Rumos, Rádio
Guarani , Minas Gerais, União Sindical, etc.
Agora estou no "José Carlos Alexandre Informa e Comenta".
Mesmo com as restrições multinacionais...
Será que não tem anistia?
É punição eterna?
Como o pecado original?
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