Grupo de 70 intelectuais assina carta contra o golpe na Venezuela
Andrew Rusk/Flickr
Um grupo de 70 intelectuais, incluindo historiadores e especialistas em política latino-americana, denunciou de modo contundente a intervenção dos Estados Unidos nas questões internas da Venezuela e clamou pelo apoio ao diálogo entre chavistas e antichavistas.
Os signatários da carta aberta, entre eles o filósofo e ativista Noam Chomsky(foto) e o relator independente da Organização das Nações Unidas (ONU), Alfred de Zayas, garantiram que o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino por parte dos EUA e aliados, após o anúncio unilateral da oposição Venezuelana, trará "sofrimento humano desnecessário, violência e instabilidade".
"Reconhecendo o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como novo presidente da Venezuela, algo ilegal de acordo com a Carta da OEA [Organização dos Estados Americanos], o governo de Donald Trump acelerou a crise política na Venezuela, na esperança de dividir os militares venezuelanos e polarizar ainda mais a população, forçando-os a escolher lados ", denuncia o documento. Os EUA foram os primeiros a reconhecer Guaidó como governante legítimo.
As sanções estadunidenses também foram lembradas como fator que desencadeou a atual crise. “Problemas resultantes da política do governo venezuelano foram agravados pelas sanções econômicas dos EUA, ilegais sob a Organização dos Estados Americanos e as Nações Unidas”.
“Essas sanções eliminaram os meios pelos quais o governo venezuelano poderia escapar da sua recessão econômica, causando um declínio drástico na produção de petróleo, agravando a crise econômica e fazendo com que muitas pessoas morram por falta de acesso a medicamentos.
Enquanto isso, os EUA e outros governos continuam a culpar o governo venezuelano – apenas – pelos prejuízos econômicos, até mesmo aqueles causados pelas sanções dos EUA”, acrescentam os intelectuais.
A carta segue alertando que, "se a administração de Trump e seus aliados continuarem seu curso imprudente na Venezuela, o resultado mais provável será derramamento de sangue, caos e instabilidade".
"Os Estados Unidos e seus aliados, incluindo o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, e o presidente de direita do Brasil, Jair Bolsonaro, têm empurrado a Venezuela para o precipício".
(Com Opera Mundi)
Comentários