Corregos da cidade são condenados em prol do crescimento
Belo horizonte tem mais de mil nascentes cadastradas. Mas na realidade muito mais que isso, considerando que o processo de localização não é tarefa fácil e muito menos barata. E 90% delas não tem esgoto tratado. A maioria está nas regiões da Pampulha e Venda Nova. Somente 18 nascentes passaram por recuperação ambiental. Os dados são da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
Dos 654 km de rios que cortam a capital de Minas Gerais, 165 km estão revestidos de concreto.
Debaixo das avenidas Afonso Pena, Prudente de Morais, Silviano Brandão, Pedro II e tantas outras vias passam rios que foram canalizados e cobertos nas décadas passadas – assim como o Bulevar Arrudas, recentemente.
Conforme levantamento feito pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), 165 km (25% do total) dos cursos d’água da cidade são tapados pelo concreto das chamadas “avenidas sanitárias”.
A capital de Minas Gerais era bela e elogiada, e por isso justamente chamada de “caixa d’água”.
Restaram apenas 96 km de rios em leito natural na capital, mas a maioria está tomada por lixo e esgoto.
Em 2001, a Prefeitura de Belo Horizonte lançou o “inovador” programa de drenagem urbana Drenurbs/Nascentes, para recuperar os cursos d’água, evitando as então tradicionais canalizações.
Quase 15 anos depois, o programa não terminou a primeira fase – dividida em cinco bacias –, que seria concluída em cinco anos.
Reprodução da internet
Reprodução da internet
E o pior, 25% dos córregos canalizados estão sob as avenidas da cidade, as mesmas que anualmente dão problemas.
Baseado nestes dados e considerando o fenômeno natural que são as chuvas anuais o povo da cidade ainda amargará dias muito difíceis.
Minha longa experiência como repórter de rua, (foram cerca de 37 anos) viu, de perto, muitas tragédias e não faltaram sugestões de nossa parte para ajudar na contenção de tantos danos.
Uma delas foi a mudança no trato com as bocas- de- lobo. Elas estão em vários pontos da cidade, justamente na tentativa de dar vazão as volumosas águas de chuva.
Sugeri, que no período de seca, a profundidade de cada uma fosse redimensionada(elas têm entre 40 centímetros a um metro de profundidade), dando lugar a lixeiras e fugindo de seu propósito. Uma simples tampa de ferro colocada logo após a primeira grade, suportaria muito menos quantidade de lixo. Isso seria feito somente no período da seca.
Com a aproximação das chuvas, esse tampão seria retirado, facilitando a vida da manutenção que hoje é feita. Mas sugestões de jornalistas a autoridades costumam entrar num ouvido e sair no outro.
Comentários