Travar combate no papel
Quando querem dizer que alguém é muito teórico e não tem capacidade para resolver problemas práticos, embora se gabando da sua erudição, os chineses recorrem ao provérbio Travar combate no papel.
Este provérbio provém duma história do período dos Reinos Combatentes.
Zhao Kuo, filho do famoso general Zhao She, do reino de Zhao, começou a estudar a arte militar desde muito novo, ainda menino. Quando falava sobre táticas e estratégias de guerra, mostrava uma eloquência raramente vista, e considerava-se o melhor do mundo.
Certa vez, ao discutir com o pai alguns problemas relacionados com o comando de operações militares, utilizou argumentos de tanto peso que nem o general foi capaz de os rebater. Porém, o velho pai não o elogiou.
Quando a esposa do general lhe perguntou pelos progressos do filho, o marido respondeu:
---A guerra é uma coisa muito complicada, ou melhor, a mais perigosa de todas. Mas para o nosso filho tudo é difícil. Se o reino de Zhao não lhe entregar o comando das tropas, tudo correrá bem. Caso contrário será ele a arruinar o exército de Zhao!
Após a morte do general Zhao She, que teve lugar no ano de 262 a.c..., o poderoso reino de Qin começou a invadir o reino de Zhao. Por ordem do rei Zhao, foi o general Lian Bo enfrentar os invasores, mas as tropas do reino de Zhao perderam as primeiras batalhas. O general Lian Bo decidiu então alterar a sua tática, e ordenou a construção de fortalezas para defender o reino.
A guerra durou nada menos que três anos. Com o tempo, as tropas invasoras foram ficando com o moral cada vez mais em baixo, pois os abastecimentos eram difíceis. Foi então que o chefe dos Qin mandou agentes seus para o território do reino de Zhao, os quais tinham como missão espalhar o rumor de que as tropas de Qin temiam ninguém a não ser Zhao Kuo.
O rei Zhao acreditou no boato, e declarou então pretender substituir o general Lian Bo por Zhao Kuo. O primeiro-ministro Lin Xian Ru, que se encontrava muito enfermo, tentou persuadir o rei a desistir dessa idéia, e a viúva do general Zhao She escreveu ao rei, dizendo que Zhao Kuo só sabia vangloriar-se e não amava os seus soldados, além de carecer de experiências prática de guerra, pelo que o rei não podia entregar-lhe o comando das tropas.
O rei, porém, não deu ouvidos a nenhum deles, e nomeou Zhao Kuo comandante das tropas.
Logo que chegou à frente da batalha, Zhao Kuo mudou a estratégia delineada pelo general Lian Bo, tendo ainda substituído grande número de oficiais.
Ao ser informado do sucedido, o comandante das tropas Qin ficou cheio de satisfação, e, numa noite propícia, ordenou que numa operação de surpresa, os seus soldados atacassem os quartéis dos Zhao, debandando em seguida.
Sem analisar devidamente a situação Zhao Kuo, à frente das suas tropas, foi imediatamente em perseguição deles, caindo numa emboscada em que ele próprio encontrou a morte e a maioria dos seus 400 mil homens se passou para o lado dos Qin.
O poeta Liu San Wu, da dinastia Ming, escreveu um poema em que se refere ao teórico mas arrogante Zhao Kuo. Um dos versos diz:
Tanto o rei como os ministros travaram combate no papel.
É esta a origem do provérbio Travar combates no papel. (China Radio International)
Este provérbio provém duma história do período dos Reinos Combatentes.
Zhao Kuo, filho do famoso general Zhao She, do reino de Zhao, começou a estudar a arte militar desde muito novo, ainda menino. Quando falava sobre táticas e estratégias de guerra, mostrava uma eloquência raramente vista, e considerava-se o melhor do mundo.
Certa vez, ao discutir com o pai alguns problemas relacionados com o comando de operações militares, utilizou argumentos de tanto peso que nem o general foi capaz de os rebater. Porém, o velho pai não o elogiou.
Quando a esposa do general lhe perguntou pelos progressos do filho, o marido respondeu:
---A guerra é uma coisa muito complicada, ou melhor, a mais perigosa de todas. Mas para o nosso filho tudo é difícil. Se o reino de Zhao não lhe entregar o comando das tropas, tudo correrá bem. Caso contrário será ele a arruinar o exército de Zhao!
Após a morte do general Zhao She, que teve lugar no ano de 262 a.c..., o poderoso reino de Qin começou a invadir o reino de Zhao. Por ordem do rei Zhao, foi o general Lian Bo enfrentar os invasores, mas as tropas do reino de Zhao perderam as primeiras batalhas. O general Lian Bo decidiu então alterar a sua tática, e ordenou a construção de fortalezas para defender o reino.
A guerra durou nada menos que três anos. Com o tempo, as tropas invasoras foram ficando com o moral cada vez mais em baixo, pois os abastecimentos eram difíceis. Foi então que o chefe dos Qin mandou agentes seus para o território do reino de Zhao, os quais tinham como missão espalhar o rumor de que as tropas de Qin temiam ninguém a não ser Zhao Kuo.
O rei Zhao acreditou no boato, e declarou então pretender substituir o general Lian Bo por Zhao Kuo. O primeiro-ministro Lin Xian Ru, que se encontrava muito enfermo, tentou persuadir o rei a desistir dessa idéia, e a viúva do general Zhao She escreveu ao rei, dizendo que Zhao Kuo só sabia vangloriar-se e não amava os seus soldados, além de carecer de experiências prática de guerra, pelo que o rei não podia entregar-lhe o comando das tropas.
O rei, porém, não deu ouvidos a nenhum deles, e nomeou Zhao Kuo comandante das tropas.
Logo que chegou à frente da batalha, Zhao Kuo mudou a estratégia delineada pelo general Lian Bo, tendo ainda substituído grande número de oficiais.
Ao ser informado do sucedido, o comandante das tropas Qin ficou cheio de satisfação, e, numa noite propícia, ordenou que numa operação de surpresa, os seus soldados atacassem os quartéis dos Zhao, debandando em seguida.
Sem analisar devidamente a situação Zhao Kuo, à frente das suas tropas, foi imediatamente em perseguição deles, caindo numa emboscada em que ele próprio encontrou a morte e a maioria dos seus 400 mil homens se passou para o lado dos Qin.
O poeta Liu San Wu, da dinastia Ming, escreveu um poema em que se refere ao teórico mas arrogante Zhao Kuo. Um dos versos diz:
Tanto o rei como os ministros travaram combate no papel.
É esta a origem do provérbio Travar combates no papel. (China Radio International)
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