Equatorianos vão às urnas para definir os próximos quatro anos do Executivo e do Legislativo do país
Os 11,6 milhões de eleitores equatorianos, que representam a grande maioria da população de 14,6 milhões, elegem hoje (17) o presidente, o vice-presidente, 137 parlamentares da Assembleia Nacional e cinco representantes do Parlamento Andino. A votação começou às 7 horas (9h no horário de Brasília) e vai até as 17 horas. O presidente Rafael Correa votou logo de manha cedo. Ele disse que vai acompanhar a mulher (que é belga, mas vai votar) e a filha (que tem 16 anos e vai votar pela primeira vez) às urnas.
Esta é a primeira eleição na qual militares e policiais da ativa e adolescentes de 16 a 18 anos têm a opção de votar. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) também promoveu a campanha Todos Têm o Direito ao Voto, para incentivar os portadores de deficiência a participar da eleição. São 2,251 eleitores, dentre os quais deficientes visuais, que terão cédulas eleitorais em braile.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) vai usar um sistema informático de contagem rápida e prometeu divulgar os resultados horas depois do término da votação (19 horas, no horário de Brasília. O atual presidente Rafael Correa – no poder desde janeiro de 2007 – deve ser reeleito para mais quatro anos no poder, o terceiro mandato consecutivo.
Ate o final da curta campanha, que durou um mês e meio e terminou na quinta-feira passada (14), os outros sete candidatos à Presidência esperavam conseguir, pelo menos, obrigar Correa a participar de um segundo turno, em 7 de abril. Mas as pesquisas de opinião dão ao presidente mais da metade dos votos e uma grande vantagem em relação aos seus adversários.
Para ser eleito no primeiro turno, Correa precisa de pelo menos 40% dos votos e uma diferença de 10 pontos percentuais para o segundo colocado. As pesquisas indicavam que ele tinha o apoio de mais da metade dos eleitores e mais que dobro dos votos do segundo colocado, o ex-banqueiro Guillermo Lasso.
Se for reeleito pela segunda vez, Correa conquistará o direito de ficar dez anos no poder. Economista, com mestrado e doutorado nos Estados Unidos e na Europa, ele foi eleito presidente pela primeira vez em 2006, com a promessa de uma reforma constitucional. A nova Constituição (que também permite dois mandatos presidenciais de quatro anos consecutivos) foi aprovada em um referendo e Correa, cujo governo completara dois anos, candidatou-se a novas eleições presidenciais. Esta será sua terceira eleição. Dos 11,6 milhões de eleitores, 285 mil vivem no exterior.
O governo brasileiro aposta na reeleição de Correa para avançar em projetos regionais nos quais o Brasil mantenha sua liderança - como a Unasul e a ampliação do Mercosul -, apontam analistas.
"O Brasil acompanha as eleições acreditando que haverá uma continuidade, importante para as relações (bilaterais), para o projeto da Unasul e para a possibilidade de o Equador seguir os passos da Venezuela e da Bolívia e aderir ao Mercosul", diz à BBC Mundo Paulo Velasco, especialista em relações internacionais da Universidade Cândido Mendes (RJ).
Correa manifestou interesse em avaliar a adesão ao bloco regional, mas disse que seu país deve estudar bem o impacto disso em sua economia, dolarizada desde 2000.
Apesar de rusgas nas relações bilaterais, como a polêmica envolvendo a Odebrecht na construção de uma hidrelétrica equatoriana, Velasco avalia que os laços entre Brasília e Quito foram "bastante positivos" nos últimos anos.(Com a ABr/BBCBrasil/PL)
O governo brasileiro aposta na reeleição de Correa para avançar em projetos regionais nos quais o Brasil mantenha sua liderança - como a Unasul e a ampliação do Mercosul -, apontam analistas.
"O Brasil acompanha as eleições acreditando que haverá uma continuidade, importante para as relações (bilaterais), para o projeto da Unasul e para a possibilidade de o Equador seguir os passos da Venezuela e da Bolívia e aderir ao Mercosul", diz à BBC Mundo Paulo Velasco, especialista em relações internacionais da Universidade Cândido Mendes (RJ).
Correa manifestou interesse em avaliar a adesão ao bloco regional, mas disse que seu país deve estudar bem o impacto disso em sua economia, dolarizada desde 2000.
Apesar de rusgas nas relações bilaterais, como a polêmica envolvendo a Odebrecht na construção de uma hidrelétrica equatoriana, Velasco avalia que os laços entre Brasília e Quito foram "bastante positivos" nos últimos anos.(Com a ABr/BBCBrasil/PL)
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