Federação de Sindicatos da Faixa de Gaza abre escritório latino-americano
Com o objetivo de difundir e informar sobre a crítica situação humanitária dos trabalhadores palestinos e da população da Faixa de Gaza a Federação Geral de Sindicatos da Palestina da Faixa de Gaza (PGFTU Gaza Strip) abriu, oficialmente, seu Escritório Latino-Americano de Informação. Atualmente, a Faixa de Gaza encontra-se bloqueada pelo exército israelense. O novo escritório também contribuirá para divulgar campanhas contra o bloqueio e aprofundar os laços de solidariedade e cooperação com os sindicatos e trabalhadores latino-americanos.
O argentino Faisal Sergio Tapia, ativista pelos direitos humanos dos palestinos, foi nomeado representante do Escritório, que mantém um site na Internet com notícias atualizadas sobre a situação humanitária dos trabalhadores palestinos (www.ithadpal-latin.org). Destaque para informações sobre o bloqueio e os bombardeios que a população palestina sofre desde 2007 na Faixa de Gaza, quando o Movimento de Resistência Islâmica Palestina (Hamas) assumiu, por meio de eleição democrática, a administração de Gaza. A partir desse momento, o governo israelense vem impedindo os cidadãos da zona de exercerem seus direitos, entre eles o direito ao trabalho, saúde, educação e liberdade de circulação 24 horas por dia.
Tapia, em entrevista à Radio del Sur, em Caracas (Venezuela), informou que 115 mil trabalhadores palestinos em Gaza perderam seus empregos, o que equivale a 31% dos trabalhadores ativos. Ele também denunciou a destruição pelos exércitos israelense e egípcio de 90% dos túneis que abastecem o povo gazati, assinalando que 70% das necessidades dessas pessoas são supridas por meio desses túneis, que liga Gaza ao Egito – 65% da farinha, 98% do açúcar, 50% do arroz, medicamentos e combustíveis.
Tapia recordou ainda que, em 2008, a sede da Federação Geral de Sindicatos da Palestina da Faixa de Gaza (PGFTU Gaza Strip) foi bombardeada e destruída por três mísseis lançados por aviões de guerra israelenses, o que demonstra que os trabalhadores palestinos também são um alvo militar.
O representante do Escritório latino-americano acrescentou que as fábricas estão produzindo apenas 20% de sua capacidade e encontram-se quase totalmente paralisadas, o que provocou a demissão de todos os seus trabalhadores. Some-se a isso os 12 mil gazatis sem moradia e que não podem reconstruir suas casas destruídas pelas duas guerras de Israel contra Gaza, em 2008-2009 e 2012. Nesta última, foram destruídas 88 escolas, três sindicatos e 19 hospitais.
Os habitantes da Faixa de Gaza também enfrentam a escassez de água potável, alimentos e medicamentos. A zona conta com aproximadamente 1,7 milhão de pessoas, que sofrem com o bloqueio imposto por Israel há sete anos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 80% da população de Gaza se encontra abaixo da linha de pobreza, o desemprego disparou e quatro em cada cinco habitantes depende da ajuda humanitária internacional.
Em 2012, ao redor de 35% dos trabalhadores estavam em situação de pobreza na Faixa de Gaza por consequência do bloqueio. Os setores mais afetados são os da construção, os pescadores, a saúde e os metalúrgicos. Diante dessa situação, Tapia reiterou que a Federação de Trabalhadores da Faixa de Gaza pede que Israel acabe com o bloqueio e que os países árabes e a comunidade internacional rompam com o silêncio em relação a essa situação. (Com a Adital)
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