MAURO IASI

                                                                             


Pré-candidato do PCB à Presidência aposta na força das ruas 

Mauro Iasi espera que “enfrentamentos” pela Copa contribuam para o debate político

"Prevemos um 2014 com conjuntura política bastante agitada", diz

Lançada no fim de outubro pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), a pré-candidatura à Presidência de Mauro Iasi é a única entre as seis já postas que, desde o início, diz se contentar apenas em promover o debate em 2014.

Ciente dos limites do partido e da candidatura, o professor universitário da UFRJ tem como meta colocar a política brasileira em discussão durante a próxima eleição. E, como o PCB tem pouco tempo de televisão, boa parte da campanha deve ocorrer nas ruas — físicas e virtuais.

Apresentando-se como aglutinador de “uma frente de esquerda”, que deve buscar o apoio de PSOL e PSTU em disputas regionais, o pré-candidato comunista espera um cenário de confrontos em 2014, que deve ser puxado pela realização a Copa do Mundo.

— Prevemos um ano em que a conjuntura política vai ser bastante agitada, com Copa, com a possibilidade de enfrentamentos. Estamos apostando nessa mobilização de massa, no trabalho de base. E, lógico, potencializando [a mobilização] com todos os meios possíveis.

Iasi conta que há uma área especifica para as novas mídias no comando da campanha que o partido monta para o próximo ano.

— Temos trabalhado com pequenos vídeos, para além do espaço que a gente vai ter [na televisão], para explorar ao máximo essas vias de comunicação direta. Temos uma proposta de campanha militante.

Alternativa

O pré-candidato comunista diz que “falta debate político à campanha” no Brasil. Segundo ele, isso é consequência da circunscrição da política brasileira a alternativas do mesmo bloco nos últimos anos, decorrente da tradição americana de disputa entre conservadores e liberais

— Os governos de FHC [Fernando Henrique Cardoso] e dos petistas [Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff] são uma disputa dentro do bloco conservador. Por isso, a gente acha fundamental que o PCB se apresente como alternativa. Estamos com o cenário de uma possível reforma que pode restringir ainda mais a participação política no Brasil. Hoje é uma disputa de grandes máquinas extremamente atreladas ao poder econômico deste País. Queremos propor a necessidade de uma discussão.

Para Iasi, apesar de ainda frequentar o espectro da esquerda, o PT governa à direita desde que Lula assumiu o Palácio do Planalto, em 2003. Já PSDB e PPS, entre outras siglas, “compõem a alternativa do empresariado, dos grandes bancos”. E o PSB (Partido Socialista Brasileiro), comandado pelo governador e possível candidato à Presidência Eduardo Campos?

— O PSB está mais caracterizado como espécie de oportunismo eleitoral. É um partido da base, sem divergência de fundo, que foi a legenda que mais cresceu nas ultimas eleições. Então ele quer jogar um voo próprio, seja para se cacifar como alternativa, seja para negociar em melhores condições.

Críticas

Nas críticas, Iasi também não poupa a ex-senadora Marina Silva, que “se adequa muito bem a essa forma de política que ela dizia criticar”. Sem conseguir o registro para o seu Rede Sustentabilidade, idealizado em nome de uma política diferente, Marina se filiou ao PSB para seguir viva na corrida eleitoral de 2014.

— Não vemos [em Marina] algo de qualitativamente diverso da lógica que tem caracterizado os últimos governos no Brasil.

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