Fotógrafo ferido durante manifestação contra a Copa em Porto Alege
Batalhão de choque da Brigada Militar lançou bombas de efeito moral para dispersar a multidão em Porto Alegre (Crédito: Caetanno Freitas/G1)
Igor Waltz (*)
O fotógrafo Ricardo Giusti, do jornal gaúcho Correio do Povo, foi atingido por estilhaços de um artefato lançado durante um protesto contra a Copa do Mundo realizado nesta última quinta-feira, 12 de junho, em Porto Alegre. O repórter teve parte de suas roupas atingidas pelo fogo de um explosivo, lançado por um integrante da Brigada Militar. Ele sofreu apenas ferimentos leves na perna esquerda.
De acordo com o próprio fotógrafo, ele acompanhava a movimentação da Fan Fest, evento organizado pela Fifa no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, mas foi auxiliar um colega na cobertura fotográfica das manifestações, que passavam perto do local.
Quando estava no canteiro central da Avenida Borges de Medeiros próximo da Aureliano de Figueiredo Pinto, Giusti conta que sentiu algum objeto lhe atingir e, ao identificar o artefato, ele explodiu. “Quem protestava já tinha passado por ali. Não teria motivo para haver alguma reação da BM. Não havia ninguém ao meu redor”, disse o fotógrafo.
O profissional relatou que não pretende registrar ocorrência policial. “Preferi não registrar. O comandante da Brigada Militar foi para se desculpar, disse que sentia muito, e que não era essa a forma da BM trabalhar. Pediu a compreensão do jornal e se comprometeu a descobrir de onde partiu o explosivo”, afirmou.
O comandante da Brigada Militar, coronel Fábio Duarte Fernandes, informou por meio da assessoria da instituição que não se manifestaria sobre o assunto, mas admitiu que um pedido de desculpas já foi feito e garantiu que os fatos serão apurados pela corporação.
O episódio foi criticado pela Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos (Arfoc) e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors).
(*) Com informações do Zero Hora, do G1 e do Correio do Povo. (Com a ABI)
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